José Escarlate
Uma reunião de emergência é convocada pelo ministro Ronaldo Costa Couto, no quarto andar do Palácio do Planalto. Sou chamado a participar dessa reunião pelo Secretário de Imprensa, Carlos Henrique Santos. Na ocasião, com a presença do ministro Costa Couto e do general Ivan, é mostrada a gravação da fita com a entrevista de Camarinha.
Sem meias palavras, o general Ivan decreta. “É muito grave e o melhor é cortar o mal pela raiz”. E completa: “Fechar a empresa, e rápido”.
Ainda foi tentada outra solução mas ele estava inflexível. O general Ivan de Souza Mendes entrou no gabinete presidencial e entregou a cópia do telex distribuído pela EBN. A crise teve consequências imediatas e Sarney assinou a demissão de Camarinha às 20h30, na biblioteca do Alvorada.
Desempenhando papel decisivo na demissão do brigadeiro Camarinha, o general Ivan conversou com os ministros militares, argumentando que a autoridade do presidente da República não podia ser contestada pelo chefe do Emfa.
Os ministros da Marinha, almirante Henrique Sabóia; da Aeronáutica, brigadeiro Otávio Moreira Lima; e o chefe do Gabinete Militar, general Bayma Denys concordaram.
O próprio Sarney telefonou para o ministro do Exército, general Leônidas Pires, que estava em Pequim, obtendo o seu apoio. Único civil convocado à reunião, o ministro Ronaldo Costa Couto recebeu a incumbência de anunciar a decisão.