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Padrão ideal

Ajustando aqui e ali e mudando apê apertado

Publicado

Autor/Imagem:
Roberta Cardoso

Localizado na Vila Olímpia, o apartamento de 35 m² segue o padrão desses novos empreendimentos que chegam ao mercado com metragem enxuta, arquitetura que valoriza áreas comuns e planta que dilui a necessidade de uma distribuição convencional, toda compartimentada. Foram sobre esses parâmetros que as arquitetas Giovana Giosa e Amanda Castro, do Studio AG, tiveram de atuar para dar forma aos interiores deste imóvel, lar de um estudante na capital. “O maior desafio foi convencer o cliente a não optar por uma decoração tradicional, cheia de móveis e acessórios, mas sim investir em um conceito que trouxesse unidade, praticidade e conforto”, explica Giovana.

Como ponto de partida, a ideia foi a de criar um elemento marcante que, ao longo do espaço, se desdobrasse em muitos usos. No caso, um painel de madeira, feito sob medida, instalado na altura dos janelões em L, percorrendo todo o imóvel. “A planta original continha uma varanda, mas, para ampliar o espaço interno, a eliminamos e instalamos um caixilho fixo para incorporar a área”, conta. A partir daí, o projeto se desenrolou em torno das demandas do morador, que queria tudo muito prático e de fácil manutenção.

E foi assim que a faixa de madeira clara que circunda o imóvel acabou assumindo importância fundamental no projeto, produzindo um efeito ao mesmo tempo funcional e decorativo, pois foi a partir dela que as necessidades do proprietário foram sendo contempladas. “Nossa ideia foi tomar partido da altura, marcá-la e, a partir daí, fazer com que as coisas surgissem dela”, diz a arquiteta. ‘Tudo sai desse painel: a escrivaninha, a cama, o criado-mudo, o rack com gavetões.”

Reforçando a atmosfera tranquila da decoração, o branco predomina nas paredes e o cinza, em parte dos móveis. Já o piso de granilite, aplicado em toda extensão do piso, faz uma participação especial na bancada que separa a cozinha da área de estar e de dormir. “O material também reveste a ilha, o que fortalece a conexão entre todos os ambientes”, afirma a arquiteta.

Para melhor se adaptar à distribuição meticulosamente calculada, onde praticamente tudo foi pensado para evitar desperdício de espaço, boa parte dos móveis foi desenvolvida pelas arquitetas. Na cozinha, o armário têm portas de vidro canelado, o mesmo usado na porta do banheiro. O sofá e até mesmo o pufe foram confeccionados sob medida. Assim como a cortina blackout, embutida para não criar volumes desnecessários. Por fim, leva a assinatura da dupla a luminária próxima da cama, que vai do chão ao teto, e também conta com luzes direcionáveis.

Como a luminosidade do apartamento durante o dia é intensa, só foi necessário cuidar para que ela não atrapalhasse o sono, por vezes diurno, do morador. Fora isso, o forro de gesso recebeu um único trilho embutido com spots. Arrematando o projeto, duas mesinhas de centro, juntas ao pufe, foram inseridas para complementar a decoração, além de uma verdadeira preciosidade: um tríptico, formado por três skates, que leva a assinatura do artista plástico Jean-Michel Basquiat. “Ele foi bem flexível durante todo o processo, mas não abria mão de ver a obra integrada ao projeto”, conclui Giovana.

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