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Alba forma aliança para combater Covid

Integração e cooperação para superar a pandemia com economias mais fortes foi uma das conclusões da 19ª Cúpula da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (Alba-TCP). O encontro reuniu representantes dos nove países membro da aliança em Caracas, na última quinta-feira (24). A Cúpula também celebrou os 200 anos da Batalha de Carabobo – confronto decisivo para a independência da Venezuela, Equador, Colômbia, Bolívia e Peru.

“Estamos muito emocionados que, apesar de toda a campanha de desmoralização contra a Venezuela, vocês estejam aqui acompanhando o povo venezuelano. Para nós, a pátria é América ou nos liberamos todos ou ninguém é livre”, destacou o presidente Nicolás Maduro, parafraseando Simón Bolívar.

Com a confirmação de 92% de eficácia da vacina cubana Abdala – fórmula que será usado para o banco de imunizantes da Aliança – um dos assuntos centrais do debate foi o início de uma campanha de vacinação massiva. O presidente boliviano, Luis Arce propôs formar uma brigada internacional entre os médicos graduados na Escola Latino-americana de Medicina (ELAM) para iniciar a imunização nos países do bloco, começando pelos mais vulneráveis.

“Devem chegar a cada canto, a cada comunidade e favela, para que ninguém fique pra trás, para que todos tenham seus direitos assegurados”, afirmou Arce.

Além da crise sanitária global, os mandatários presentes também celebraram a vitória de Cuba na Organização das Nações Unidas. Pela 29ª vez, a Assembleia Geral da ONU aprovou uma resolução que exige o levantamento imediato do bloqueio econômico, imposto há quase 60 anos pelos Estados Unidos.

Segundo o governo cubano, o embargo gerou um prejuízo de US$ 147,8 bilhões desde 1962. Apesar do bloqueio é o primeiro país da região a criar um imunizante próprio contra o vírus sars-cov2 e ainda enviou missões médicas a 39 países durante a pandemia.

“Agradecemos a todos os Estados membro da Alba-TCP pelo apoio incondicional apoio e respaldo à resolução contra o bloqueio”, declarou o ministro de Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez.

Durante a cúpula, os mandatários acordaram criar novos programas de financiamento pelo banco da Alba-TCP / ALBA-TCP

Disputas regionais
A Aliança também celebrou os últimos processos eleitorais no Chile, Peru e México, que indicaram uma nova ascensão do progressismo na América Latina.

O secretário executivo da Alba-TCP Sacha Llorenti também denunciou “condenamos os ataques e tentativas de desestabilização do governo legítimo da Nicarágua pelos Estados Unidos. Ratificamos nosso apoio incondicional ao governo sandinista do presidente Daniel Ortega”.

Já o primeiro ministro de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonvalves reafirmou a importância do bloco para se opor às ações da direita regional, que tomou conta de organismos internacionais, como a Organização dos Estados Americanos (OEA).

“Eles conseguiram inventar um golpe através das missões eleitorais. A Alba-TCP é um todo, é mais que a somatória das partes. Devemos nos defender mutuamente para que não nos desviem do nosso caminho”, destacou o premiê Ralph Goncalves.

Arce aproveitou a ocasião para desculpar-se com as missões diplomáticas da Venezuela e de Cuba que foram hostilizadas e perseguidas na Bolívia durante o governo golpista de Jeanine Áñez.

“Estamos dando a batalha judicial, lutando por memória, verdade e justiça, para que esse tipo de golpe do século XXI não se repita”, destacou.

Buscando intensificar a integração regional, os presidentes, chanceleres e primeiros-ministros também afirmaram que uma das metas era reativar a União das Nações do Sul (Unasul) e a Comunidade de Estados Latino-americanos e caribenhos (Celac).

A Alba-TCP foi fundada, em 2004, por iniciativa dos presidentes Hugo Chávez (Venezuela) e Fidel Castro (Cuba), logo após a derrota da Alca- Área de Livre Comércio das Américas – proposta pelos Estados Unidos.

Hoje a plataforma antiimperialista aglutina a Venezuela, Cuba, Bolívia, Granada, Dominica, São Vicente e Granadinas, Antígua e Barbuda, Nicarágua e São Cristóvão e Neves.

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