Curta nossa página


Inspirando artistas

Além de fazer de chumbo, ouro, Alquimia criou muitos quadros premiados

Publicado

Autor/Imagem:
Marco Mammoli - Texto e Imagem

Além da literatura temos a pintura, onde vários pintores, ao longo da história, encontraram inspiração na alquimia, seja por meio de seus símbolos, metáforas ou conceitos filosóficos. Aqui estão alguns dos inúmeros artistas que, através dos séculos, nos encantam com suas obras e valem cada segundo de observação para se aprender sobre o pensamento de cada um deles e o uso da alquimia como fonte de inspiração.

Hieronimus Bosch (1450-1516), em sua obra, O Jardim das Delícias Terrenas, utilizou imagens enigmáticas e simbologia alquímica para representar a transformação da alma e os mistérios da criação remetendo a processos alquímicos e espirituais.

Rembrandt van Rijn (1606-1669): Retratou alquimistas em algumas de suas pinturas, como O Alquimista na Busca da Pedra Filosofal, onde capta a introspecção e o ambiente de mistério da prática alquímica.

William Blake (1757-1827), um artista multimídia de sua época, poeta e pintor visionário, incorporava temas alquímicos e esotéricos em suas ilustrações e pinturas, refletindo seu interesse pela transformação espiritual e pelo simbolismo hermético. Sua obra mais famosa é “The Songs of Innocence and of Experience” (1789-1794), uma coleção de poemas ilustrados que exploram os contrastes entre a pureza da infância (Innocence) e a dureza da vida adulta (Experience). Entre os poemas mais conhecidos dessa coletânea estão “The Tyger” – questionando a natureza do bem e do mal, “The Lamb” – Representando a inocência e a pureza e “London” – Uma crítica sombria às injustiças sociais e à opressão. Sua obra visual e literária mais ambiciosa foi “Jerusalem: The Emanation of the Giant Albion”, que é uma epopeia mitológica complexa. “The Ancient of Days”, uma de suas ilustrações mais icônicas.

Salvador Dalí (1904-1989), é um dos artistas mais icônicos do Surrealismo, conhecido por sua imaginação extravagante, simbolismo enigmático e fascínio pelo inconsciente. Ele se inspirou em diversas áreas do conhecimento, incluindo a alquimia, a ciência, a psicanálise freudiana e a mística hermética. Profundamente influenciado pelo misticismo e pelo ocultismo, frequentemente usava símbolos alquímicos em suas obras. A alquimia, enquanto processo de transmutação e busca da perfeição, aparece de várias formas na obra de Dalí. Ele via a arte como uma forma de transmutar a realidade ordinária em algo superior e se autodenominava um “alquimista da pintura”, alguém que manipula imagens para revelar verdades ocultas. Usou símbolos tradicionais da alquimia em suas obras.

O Ovo, símbolo da criação e do renascimento, está em obras como “O Nascimento de um Novo Homem” (1943) e no design do seu museu em Figueres. O Ouro, associado à iluminação e à perfeição espiritual, aparece em suas pinturas de Cristo e em sua obsessão por joias. O Leão e o Dragão, símbolos do processo alquímico de purificação e luta entre opostos. O leão (enxofre) e o dragão (caos primitivo) aparecem camuflados em algumas composições.

Como em “O Grande Paranoico” (1936), onde as múltiplas faces sobrepostas, evocam os múltiplos estados da matéria e do espírito (diferentes estágios da alquimia). “A Última Ceia” (1955), as formas geométricas perfeitas, como o dodecaedro (símbolo da quinta-essência alquímica), representam a transcendência. “Cristo de São João da Cruz” (1951), o Cristo flutuante em um espaço metafísico, sugerindo a sublimação da matéria. E “A Alquimia dos Homens” (1976), obra explicitamente alquímica, representando o fogo purificador, a fusão de opostos e a iluminação final.

Dalí admirava alquimistas como Nicolas Flamel, Paracelso e Isaac Newton (a quem ele via como um “alquimista moderno”). Ele acreditava que sua arte poderia ser um equivalente visual da Magnum Opus, o grande trabalho dos alquimistas. Também se interessava pelo Tarô e pelo hermetismo, desenhando cartas que incorporavam símbolos alquímicos, como o Louco (símbolo do mercúrio, da mudança e da experimentação). Ele não via a alquimia apenas como uma pseudociência medieval, mas como um processo filosófico e espiritual, onde a arte podia transformar a percepção humana. Suas pinturas são laboratórios visuais, onde elementos se derretem, se fundem e se transmutam constantemente.

Max Ernst (1891-1976): Pintor surrealista, utilizava imagens oníricas e conceitos transformativos em suas obras, evocando o espírito da alquimia como um processo de transmutação tanto da matéria quanto da psique. Como muitos surrealistas, Ernst se interessava pelo misticismo, simbolismo e alquimia, frequentemente incorporando figuras arquetípicas e paisagens mutantes em sua arte. “The Robing of the Bride” (1940), retrata figuras místicas em um cenário que remete à alquimia e à transformação psíquica. Suas obras sugerem processos de transformação, como a fusão entre seres humanos, animais e máquinas—uma metáfora para a transmutação alquímica.

Esses artistas demonstram como a alquimia, longe de ser apenas uma prática medieval, continua a influenciar a arte como uma poderosa metáfora da transformação e do mistério. Além disso, o surrealismo e outras correntes artísticas incorporaram elementos alquímicos em suas expressões visuais e conceituais, representando a jornada do artista como uma forma de transmutação espiritual e intelectual.

…………………..

Marco Mammoli, Mestre Conselheiro Membro do Conselho do Colégio dos Magos e Sacerdotisas

……………………

O colégio dos Magos e Sacerdotisas, está iniciando novas turmas. Para informações ou matrículas, os interessados podem entrar em contato direto com o Colégio dos Magos e Sacerdotisas através da Bio, Direct e o Whatsapp: 81 997302139

 

Publicidade
Publicidade

Copyright ® 1999-2024 Notibras. Nosso conteúdo jornalístico é complementado pelos serviços da Agência Brasil, Agência Brasília, Agência Distrital, Agência UnB, assessorias de imprensa e colaboradores independentes.