Quadro negro
Aliado de Temer sugere renúncia e novas eleições
Publicado
emMarta Nobre, Edição
O líder do Democratas no Senado, Ronaldo Caiado (GO) defendeu sugeriu nesta terça, 13, a renúncia do presidente Michel Temer e a convocação imediata de eleições gerais. É preciso, segundo o aliado palaciano, que o Congresso e o Governo Federal “tomem uma postura enérgica” diante da crise de representatividade que vive o país. Caiado enfatizou, em entrevista, que os últimos desdobramentos da Lava Jato sugerem que o momento exige “gestos maiores” para não colocar em risco a democracia.
“Se o Congresso e o Executivo estão com falta de representatividade, não adianta adiar expectativas e continuar neste situação onde, nem o parlamento tem credibilidade para legislar, nem o governo tem credibilidade para governar. É preciso um gesto maior de mostrar que ninguém governa sem apoio popular. Nesta hora não podemos ter medo de uma antecipação do processo eleitoral”, afirmou.
Citando o procurador geral da República Rodrigo Janot, o líder do DEM reforçou que a Justiça precisa ser célere, ou do contrário falhará. Caiado também tratou da importância de todos os políticos com mandatos eletivos terem a sensibilidade de não colocar interesses pessoais acima do bem maior do país e de não “provocar as ruas”.
“É preciso deixar claro que, com a situação em que herdamos o país do PT, não há tratamento que não seja amargo. É preciso ter a sensibilidade que não houve da presidente Dilma para obedecer a soberania popular. É preciso que tenhamos condições de dialogar com a sociedade para mostrar isso. O momento nacional é sério, é grave e não podemos ficar fazendo cara de paisagem como se nada estivesse acontecendo”, indicou.
Ronaldo Caiado usou uma analogia da medicina para exemplificar as constantes crises que abalam o país com novas denúncias e informações de delações que envolvem agentes políticos. Para ele, o Brasil vive uma “crise de soluço” que interrompe o trabalho de recuperação da economia.
“Não podemos viver essa situação de crise de soluço em que quando estamos melhorando, sempre vem o próximo e voltamos a atrapalhar a respiração do paciente. Essa crise vai enfraquecendo o governo e o mais penalizado é o cidadão que mais precisa. Ou tomamos uma decisão no sentido de manter o processo democrático, ou corremos o risco de caminhar para um processo de desobediência civil”, alertou.