Cláudio Coletti
Ao contrário das expectativas otimistas do Palácio do Planalto, não tramitarão num céu de brigadeiro os processos do pacote de privatização de 57 ativos da União. Entre eles, estão empresas do sistema Eletrobras, a Casa da Moeda, os principais aeroportos do país, rodovias e terminais portuários.
Com essas vendas, o governo estima arrecadar em torno de R$ 44 bilhões, que ajudariam cobrir o déficit fiscal revisado de 2018, calculado em R$ 159 bilhões.
Para conseguir abocanhar essa montanha de dinheiro, o governo precisa superar uma série de dificuldades, que envolve desde a costura da modelagem das privatizações das empresas, ao preparo dos ativos que serão vendidos. E isso tem de ocorrer até as eleições de 2018.
Os leilões deverão acontecer no meio do próximo ano, justamente no auge das campanhas eleitorais. Evidente que o tema privatizações constará nas agendas dos candidatos, tendo potencial para criar muitas confusões que impactarão nesses processos.
Os caciques do PMDB, em sua maioria, não aceitarão perder os cabides de empregos mantidos tradicionalmente no sistema de Eletrobrás, como Furnas, Chesf e Eletronorte.
O mesmo acontecerá com o PTB, que não dispensará um rosário de bons empregos que tem na Casa da Moeda. Além disso, haverá recursos apresentados junto ao Poder Judiciário contra as privatizações.
O resumo dessa novela indica que o presidente Michel Temer terá uma nova guerra pela frente.