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Aliados de Arruda correm para promover a imagem do candidato

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Preso enquanto ocupava o mandato de governador, em 2009, depois da divulgação de um vídeo em que aparecia recebendo R$ 50 mil de propina, José Roberto Arruda prepara a volta à política no Distrito Federal. Se a Justiça deixar – ele responde a vários processos no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e pode ser barrado pela Lei da Ficha Limpa-, será candidato a governador pelo PR. É o que informa o jornal O Estado de S.Paulo.

Adesivos com os dizeres “Antes era melhor” e “Ah, que saudade” já podem ser vistos em veículos presos nos tradicionais e gigantescos engarrafamentos das manhãs e tardes de Brasília, diz a reportagem do Estadão.

Sem problemas na Justiça, também vão concorrer ao governo o atual governador, Agnelo Queiroz (PT), e o senador Rodrigo Rollemberg, do PSB. Agnelo sofre grande rejeição por parte do eleitorado. De acordo com pesquisa CNI/Ibope divulgada no dia 13 de dezembro de 2013, ele tinha apenas 9% de avaliação “ótimo” e “bom”. No ranking dos piores, só perdeu para a governadora do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini (DEM), a campeã absoluta dos mais mal avaliados. Agnelo pretende repetir a dobradinha com o PMDB, que indicou o vice Tadeu Filippelli. A dupla dará palanque a presidente Dilma Rousseff.

Se conseguir driblar os obstáculos da Justiça, Arruda deverá ter a deputada distrital Liliane Roriz (PRTB) como companheira de chapa, o que vai consolidar a aliança de dois clãs tradicionais na política de Brasília. Liliane é filha do ex-governador Joaquim Roriz, que governou o Distrito Federal por 15 anos – o primeiro mandato resultou de nomeação do então presidente José Sarney e outros três foram conquistados nas urnas.

Ilha de riqueza cercada pela pobreza, Brasília apresenta um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) semelhante ao da Suécia, resultado da ampla estabilidade dos empregos que o funcionalismo público oferece nas mais variadas faixas e também de um aquecido setor de serviços.

Nas cidades satélites o cenário é diferente. Apesar de algumas cidades-satélites terem melhorado seus indicadores nos últimos anos, como Taguatinga e Ceilândia, em outras a situação é bem precária. Para piorar, a região conhecida como Entorno, que fica em Goiás e Minas Gerais, virou um dos principais polos de migração do País e conta com cidades cada vez mais populosas, todas a pressionar o Distrito Federal.

Nessa situação, a falta de segurança passou a ser o principal problema. As estatísticas registram um número crescente de assassinatos, assaltos, roubos e sequestros relâmpagos, sendo esses os que mais atemorizam as classes média e alta brasiliense. Para o sociólogo Fernando Jorge, um estudioso dos problemas da capital desde 1962, o fato de Brasília parecer uma ilha rica cercada de pobres a condena à violência. “Todo mundo fica de olho num pequeno pedaço do paraíso.”

A avaliação de analistas é a de que a falta de segurança de Brasília nunca será resolvida se não houver uma ação conjunta entre os governadores do Distrito Federal, de Goiás e de Minas Gerais para reduzir a desigualdade entre cidadãos que vivem tão perto.

Só para se ter uma ideia dos problemas que cercam Brasília, há mais de dois anos a Força Nacional de Segurança atua em cidades goianas a cerca de 40 quilômetros da capital, como Valparaíso, que tem cerca de 150 mil habitantes e é um dos municípios mais violentos do Brasil.

O processo de acomodação populacional promovido pelo Poder Executivo nos últimos 25 anos – notadamente durante os governos de Roriz – ajudou a aumentar a desigualdade, pois a ocupação rápida e desordenada não foi seguida de um processo de criação de empregos.

Roriz distribuiu 180 mil lotes, criando do nada as cidades-satélites de Samambaia, Santa Maria, Recanto das Emas, Riacho Fundo 1 e 2, Itapuã e Estrutural, além de inchar outras que já existiam, como Taguatinga, Ceilândia, Sobradinho, Planaltina e Paranoá. Em menos de uma década, a capital recebeu 1 milhão de migrantes. Embora questionada pelo Ministério Público, a criação das novas cidades ou expansões foi aprovada pela Câmara Distrital, que sempre foi dominada politicamente por Roriz.

A princípio, a doação de terrenos ocorreu para remover pelo menos 60 favelas que ocupavam todos os cantos do Plano Piloto, das proximidades do Palácio do Planalto às margens de rodovias. Mas a distribuição de terrenos acabou por atrair outros migrantes, que começaram a formar novas favelas ou reocupar as antigas. Mais tarde, eles também receberam seus lotes.

Paralelamente, a falta de moradias para a classe média incentivava um processo de grilagem de terras públicas. Nada menos do que 387 condomínios irregulares foram registrados em Cartórios de Notas – e não nos de Imóveis.

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