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Alinne, de pré-candidata a novo boi de piranha

Esse texto poderia começar com frases históricas atribuídas a filósofos e velhas raposas políticas. Uma delas é lembre-se que por maior que seja o buraco em que você se encontra, pense que, por enquanto, ainda não há terra em cima. Mas há outras, do tipo não passe o carro na frente dos bois, para não ser atropelado.

Aliás, por falar em boi, tem gente que faz as vezes de boi de piranha. Por fim, há também a clássica lembrança de que não é triste mudar de ideias; triste é não ter ideias para mudar.

Essas recordações estão no contexto da disputa, agora menos acirrada, pela sucessão da seccional da OAB no Distrito Federal. E foram inspiradas nos últimos acontecimentos envolvendo a ainda quase pré-candidata Alinne Marques. Verdade seja dita. De Notibras, a doutora Alinne não tem do que se queixar. Até porque, quando fomos por ela solicitados, destinamos mais espaço editorial do que a qualquer outro candidato.

Mas a versão que melhor cai hoje para doutora Alinne, segundo voz corrente em grupos de WhatsApp e redes sociais, é a de boi de piranha. A advogada, segundo desabafam ex-aliados, é que a (ainda) pré-candidata agiu de uma maneira apontada como sorrateira, evitando críticas ao governador Ibaneis Rocha, tido como mecenas da campanha de Thaís Riedel.

Alinne, é o que se supõe, agiu de má fé, como uma espécie de divisor de águas usando dois cajados na mão para matar um coelho (e não dois coelhos com uma cajadada). A estratégia agora desmascarada, como atestam seus desafetos que apostavam numa pré-candidata com propósitos sérios, era atrair uma dissidência da chapa encabeçada pela situação, numa já identificada tentativa frustrada de, numa renúncia intempestiva, jogar todo mundo no colo de Thaís Riedel.

Há pérolas dignas de registro circulando por aí:

a) Alinne Marques teria afirmado ao grupo dela, que o governador não publicava a exoneração para impedi-la de ser candidata;

b) Alinne teria dado as costas para todo o seu grupo, ao se negar a mostrar o pedido de exoneração;

c) Alinne agiu com ingratidão, ao tentar desqualificar seu então coordenador geral de campanha, que trabalhou no sistema pró labore para ajudar na campanha.

Alinne, antes de ser jogada na fogueira em que foi queimada Joana d’Darc, faz críticas subliminares a Ibaneis, mas se contradiz ao aparecer em fotos do grupo apoiado pelo governador.

Há perguntas que precisam de respostas, sob pena de o nome de Alinne virar sinônimo de pau de galinheiro. É acusada de trair o movimento que a alçou como pré-candidata. Houve quebra de confiança. Por quê? Houve benesses para justificar a traição? Por que, ainda como pré-candidata, ela acusou Ibaneis de machista, sob o argumento (palavras dela) de que sua candidatura não avançaria? Seria isso verdade ou mais um factoide?

Esse jogo, considerado baixo por muita gente que acompanha conversas virtuais formais e informais de advogados, foi a gota d’água para implodir a candidatura. Alinne, é o menos pior que se diz, preferiu manter um pássaro na mão (um contra-cheque em cargo comissionado oferecido por Ibaneis) a ver dois pássaros voando. Nada contra Alinne Marques, a advogada. Em sua coroa de louros tem mais flores que espinhos. Politicamente, porém, é imatura. Numa mesa de pôquer, por exemplo, não teria cadeira cativa, pois, sem saber blefar, sua máscara logo cairia.

Todo esse imbróglio, nas palavras de fontes confiáveis ouvidas por Notibras, transporta para uma suspeita grave, embora careça de provas: a intenção de Alinne Marques era, patrocinada pelo governador e os verdinhos, derrubar o grupo de Délio Lins e Silva Jr? O compromisso do grupo, agora sem a doutora Alinne Marques, é Ibaneis (e seu grupo) nunca mais. Como a OAB não serve para fazer o papel de puxadinho do Buriti, Alinne, é o que se observa, foi jogada na fogueira. E não há nada que indique que ela será um nova Fênix.

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