Marta Nobre
Colaborou José Seabra
Os presidentes do DEM (Alberto Fraga) e do PTB (Alírio Neto) vão estar juntos na corrida eleitoral do próximo ano. No prazo final para o registro das chapas no Tribunal Regional Eleitoral, o que estiver em melhores condições disputará o Palácio do Buriti. O outro, uma das duas vagas ao Senado. Se o acordo vingar, pela primeira vez policiais militares e civis estarão lado a lado em busca de um mesmo objetivo.
A aliança foi firmada nesta quarta, 3, em almoço no restaurante panorâmico da Câmara dos Deputados. De lá, os dois vislumbraram uma chapa vitoriosa sem a presença de José Roberto Arruda. “A esperança está renovada com uma dupla experiente”, revelou Alírio, endossando a tese de Fraga, de que o ex-governador é carta fora do baralho.
O próximo passo dos novos aliados será chamar para a mesa de negociação o presidente do PMDB, Tadeu Filippelli, e a ex-deputada distrital Eliana Pedrosa (sem partido). Fraga e Alírio entendem que os dois são grandes puxadores de voto, têm densidade eleitoral e teriam asseguradas, numa eventual coligação, suas cadeiras na Câmara Federal.
A decisão de deixar aberta a vaga de vice-governador, fortalece a tese de Alberto Fraga. O presidente do DEM avalia que os evangélicos – que representam mais de 40% do eleitorado no Distrito Federal – poderiam indicar um nome de consenso, saído de um dos grupos políticos representados pelos cristãos.
A expectativa agora gira em torno de Filippelli. Mas, segundo opinião manifestada por Alírio e Fraga, o atual assessor do presidente Michel Temer não criará obstáculos para que o grupo que está se consolidando resgate a Brasília que o povo sonha. “Ele (Filippelli) tem compromissos com a sociedade e fará de tudo para participar de uma chapa de consenso”, sintetizou Alírio.
Com a decisão de alijar Arruda do processo eleitoral, os dirigentes do DEM e PTB vão tentar atrair Jofran Frejat (PR). O candidato derrotado por Rodrigo Rollemberg no ultimo pleito seria uma carta na manga, uma espécie de coringa capaz de jogar em qualquer posição.
Na pior das hipóteses, em caso de o desenho agora traçado receber retoques finais, a ele seria confiada a chave da Secretaria de Saúde. Mesmo porque – e esse é o entendimento de Fraga -, Frejat se apresenta como o único brasiliense em condições de tirar a saúde pública de Brasília da UTI.