Já fazia um bom tempo que eu havia perdido contato com o meu grande amigo Almeidinha, que se aventurou por nesse mundaréu chamado Brasil. Eu sempre me perguntava por onde andava esse meu companheiro do curso de jornalismo, até que, certo dia, lá estava eu na fila de um banco. Por coincidência, estava conversando com um outro amigo, também chamado Almeidinha, que aqui vou chamar pelo outro sobrenome para que essa história não fique confusa: Alvarenga.
Pois bem, o Alvarenga e eu falávamos qualquer coisa, que nem me lembro o que era, tamanho o acontecimento que se seguiu. Um bate-boca vindo lá na frente entre o caixa e um cliente nos chamou a atenção. Aliás, chamou a atenção de todo mundo, tanto é que os que estavam mais atrás na fila, como no nosso caso, esticaram o pescoço para ver do que se tratava.
Um homem corpulento e de voz rascante reclamava em alto e bom som com o homem do caixa. Observei aquela cena por alguns milésimos de segundo quando, então, constatei que era o Almeidinha. Sim, o meu amigo lá dos tempos da faculdade de jornalismo estava logo ali esbravejando. Saí da fila e fui até ele. Toquei o seu ombro direito e falei: “Almeidinha, há quanto tempo!”
Tudo parecia lindo e maravilhoso! Eu acabara de reencontrar o meu grande amigo, por quem procurei por anos. Todavia, logo me lembrei que o Almeidinha tem certas peculiaridades tão arraigadas, que eu nem deveria ficar surpreso com o desfecho desse encontro. Ele olhou para mim como se tivéssemos nos visto no dia anterior e disse: “Oi, Edu!” Depois, ele se virou e continuou a brigar com o caixa.