José Escarlate
Marcou muito para mim, quando chefiava a reportagem do Correio Braziliense, a firmeza de um repórter, Adriano Lopes de Oliveira, que se recusava a colocar carbono nas laudas ao produzir as matérias.
A ordem partia do chefe da redação, Ari Cunha. A matéria teria que ser batida em três vias, usando carbono: o original, ao chefe de reportagem, que repassaria para o copidesque, outra via para a Agência Meridional, depois ANDA, cuidada pelo Maurício Seabra e o Carlos Alberto e, finalmente, a terceira à Rádio Planalto.
Mas era justamente aí que o carro encalhava. Um dos melhores repórteres que conheci, o capixaba Adriano não só se negava a fazer isso, como se revoltava. Entrou em atrito com o todo poderoso Ari Cunha. Para sorte sua, foi demitido.
As portas de O Globo então se abriram para ele. Primeiro, cobriu economia, onde trafegava com desenvoltura. Depois, desejou a política. Foi atendido. Deslanchou e mais tarde virou empresário da comunicação.