Cláudia Trevisan
O PSDB é um partido “que está no governo, que apoia o governo e que sustentará o governo”, disse na manhã desta quinta-feira, 1, o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, senador fora de exercício do PSDB. Segundo ele, a posição dominante na legenda é manter sustentação da gestão de Michel Temer.
Entre os tucanos paulistas, cresce a pressão para que o partido saia do governo até terça-feira, 6, primeiro dia de julgamento da ação que pede a cassação da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Dirigente histórico do partido, Aloysio afirmou que não vê risco de racha dentro da legenda. “O PSDB está no governo. O PSDB tem quatro ministros do governo. PSDB é cioso de seus compromissos e o compromisso que o presidente assumiu conosco ao nos convidar para integrar o governo foi o compromisso de apoiarmos as reformas em curso. E nós estamos no governo.”
Em sua avaliação, a turbulência política na qual o País está mergulhado não afetará a votação das propostas. “O presidente Temer, mais do que ninguém, tem hoje condições de angariar maioria parlamentar para aprovar as reformas. Nós devemos votar já na próxima semana a reforma trabalhista no Senado e há uma série enorme de outras reformas que estão sendo implementadas por votações”, declarou na sede da Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington, depois de se reunir com o secretário-geral da entidade, Luis Almagro.
Na quarta-feira, 31, Aloysio fez sua estreia na entidade na reunião de chanceleres convocada para discutir a situação da Venezuela. O ministro disse que não foi questionado pelos outros em relação à crise brasileira. “Todos compreendem que nós estamos vivendo um momento de turbulência política no Brasil. Isso é inegável. Mas não há turbulência institucional. As instituições funcionam e é isso que conta nas relações externas dos países.”
Observação eleitoral – Aloysio manifestou a Almagro o desejo do governo brasileiro de ter uma missão de observação eleitoral da OEA na disputa presidencial. “O nosso presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Gilmar Mendes, vê com bons olhos a possibilidade de a OEA participar de um acompanhamento das próximas eleições. Acho que para nós, brasileiros, é uma ocasião a mais para aperfeiçoar aquilo que tem de ser aperfeiçoado e submeter nosso processo de apuração de votos e de organização das eleições ao escrutínio internacional.”