Nair Assad
Condôminos e chacareiros do Altiplano Leste, região que concentra uma população estimada em 25 mil pessoas, decidiram por um ponto final na polêmica sobre a criação de um Conselho Comunitário de Segurança específico para o bairro. A comunidade avalia que está bem servida pelos Conseg’s do Jardim Botânico e do Paranoá, e levará seu ponto de vista à secretária de Segurança Pública Márcia Alencar.
O assunto vem se arrastando desde meados do ano passado. Esse grupo, grande maioria da população local, se contrapõe a uma minoria acusada de beneficiar – e autobeneficiar-se –, supostas práticas de grilagem. O clima é de tensão e troca de acusações mútuas.
Acusada pelo advogado Evaristo Orlando Leite Soldaini – que se autointitula presidente de um Conseg que não existe formalmente -, de querer ‘mandar na região’, a diretoria do Conselho Comunitário de Segurança do Jardim Botânico reagiu com firmeza.
Não há politicagem nos conselhos de segurança, muito menos no do Jardim Botânico, afirma a diretoria do Conseg-JB. “Não podemos (ser) acusados de estarmos manipulando a comunidade por sermos contra a criação do Conseg Altiplano Leste/São Bartolomeu”, diz nota assinada pela diretoria.
Leia trechos da nota:
a) Esclarecemos que não entendemos ser função do Conseg-JB se posicionar contra ou a favor da proposta em questão, mas somente cumprir seu dever regimental de facilitador do diálogo entre a Comunidade e os órgãos de Segurança Pública do DF.
b) Somente tomamos conhecimento do processo de criação em questão em novembro de 2016, momento em que fomos procurados por lideranças do Altiplano Leste e São Bartolomeu alegando não terem participado de nenhum processo de consulta ou construção desta proposta de (um novo) Conseg;
c) Ato contínuo, agendamos audiência com a Subsecretária de Segurança Cidadã, responsável pela coordenação dos Conseg’s, para obter maiores detalhes da proposta, incluindo abrangência territorial e composição da diretoria. Durante a audiência as lideranças foram orientadas a protocolar formalmente sua posição sobre a criação do novo Conseg, sendo então entregue documento assinado por Síndicos e Presidentes de associações dos dois setores habitacionais, solicitando paralisação do processo, uma vez que consideravam haver notável falha na publicidade da proposta, assumindo o compromisso de realizar reuniões para a discussão da situação da segurança na região, incluindo a pertinência de criação de um Conseg específico.
d) O Conseg-JB foi convidado a participar de várias reuniões na região específicas sobre o tema. Em todas as reuniões que compareceu sempre buscou levar informações sobre o funcionamento dos Conselhos de Segurança e apresentar informações sobre a divisão formal do atendimento das forças de segurança existente na Região Administrativa do Jardim Botânico. Também foram realizadas três reuniões ordinárias mensais do em condomínios dos dois setores habitacionais, nas quais a comunidade pode apresentar suas demandas diretamente às autoridades, membros governamentais natos do Conseg.
e) Em pouco mais de um ano de funcionamento sempre buscamos dar encaminhamento às solicitações comunitárias, e nesse caso específico, não poderíamos deixar de conduzir aos órgãos competentes a manifestação de um grupo de lideranças que discordavam de um processo que corria a sua revelia. Assim como fomos procurados por estas lideranças, faz-se necessário informar, que nunca fomos procurados pelos apoiadores, ou proponentes da criação do novo Conseg, e, que os membros da diretoria da proposta nunca se fizeram presentes, tanto nas reuniões mensais do Conseg-JB, como nas reuniões comunitárias realizadas para debater a proposta de criação por eles apresentada.