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Aluna da UnB sofre na pele demora para ir e vir e sugere sistema mais integrado

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Erika Suzuki

Maria José mora em Sobradinho II e trabalha num condomínio situado na Fazenda Paranoazinho. Às oito da manhã, pega um ônibus pra ir ao trabalho. O coletivo passa no ponto perto de sua casa e segue para a rodoviária de Sobradinho, onde faz uma parada. De lá, viaja pela BR-010 rumo a Paranoazinho.

Às seis horas da tarde, ela faz o mesmo percurso de volta. O ônibus sai da Fazenda Paranoazinho e vai em direção à rodoviária pela BR-010. Dali, após espera de alguns minutos, Maria segue viagem até saltar no ponto próximo de casa, em Sobradinho II.

Durante a semana, por causa do rush, ela gasta, em média, três horas nesse trajeto: 1h30 pra ir, 1h30 pra voltar.

“Um tempo considerável para uma distância tão curta. O mesmo percurso de bicicleta levaria meia hora”, aponta a arquiteta Renata Gomes. Segundo Renata, o dia a dia de Maria José mostra a falta de mobilidade na região, comum em todo o Distrito Federal.

“A falta de conexão urbana traz uma série de transtornos. As pessoas passam muito tempo presas em engarrafamentos e deixam de viver a cidade”, observa.

A solução para o problema parece simples. “A palavra de ordem é integração”, diz Renata. “Inclusive dos parques próximos que, hoje, estão abandonados, sem infraestrutura.”

Atualmente, a região que abrange Sobradinho, Sobradinho II e Fazenda Paranoazinho é servida por duas rodovias, a BR-010 e a DF-420.

Em um ano, a arquiteta elaborou projeto de melhoria do sistema viário. Com poucas vias a mais, as três localidades são interligadas, oferecendo opções de trajeto e modais de transporte ao usuário. Mas não só isso.

O projeto prevê espaços de convivência comunitária ao longo de calçadas e ciclovias, além da abertura de duas avenidas ao longo dos parques Viva Sobradinho, Sobradinho II e Canela de Ema. “O uso dessas áreas pela comunidade inibe invasões e o depósito de lixo e entulho, por exemplo”, afirma Renata. “A ideia é tornar a cidade mais convidativa ao pedestre.”

Ela conta que existem diretrizes urbanísticas para a região, “bastante sensível por estar em uma área de proteção ambiental”. “Apresentei o projeto na administração de Sobradinho. Acho que pode ser implantado”, diz.

Sob orientação da professora Mônica Gondim, o trabalho Projeto Integra: parque linear como instrumento de integração das manchas urbanas de Sobradinho foi defendido no ano passado na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UnB.

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