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Álvaro Neto, dono de arte exótica e muitas facetas

De acordo com o Dicionário Priberam (2022), entende-se por “exótico” como algo que “é de país ou de clima diferente daquele em que vive ou em que se usa; estrangeiro; importado”. Nesse viés, qualificar algo como bonito ou feio é extremamente complexo, mesmo quando certas características fazem o cérebro humano, à primeira vista, proceder tal ação.

Com o passar dos tempos, filósofos e artistas, por exemplo, preocuparam-se em definir a beleza. É por isso que existem inúmeras teorias estéticas e histórias da arte. O mesmo, porém, não aconteceu com a ‘feiura’.

Nessa toada, a feiura, entre os teóricos, tem sido bastante moderada, ao passo que outrem parece “se conformar com a ideia simples de que o feio é o oposto do belo”.

Avançando nesse contexto, pode-se afirmar, ainda, que aceitar que a feiura é relativa e depende dos tempos e das culturas. O que era inaceitável ontem pode se tornar aceitável amanhã, o que antes era considerado feio pode se tornar belo. “O belo é feio e o feio é belo”, disseram as Bruxas de Macbeth (personagens de William Shakespeare).

Tudo isso faz sentido, para apresentar um artista que “talvez” esteja criando uma nova moda. Atende pelo nome de Álvaro Neto, que defende uma forma “não comum” de se portar, vestir e pelos seus trabalhos diferenciados no âmbito das artes.

Quando criança, ele estudou na Escola Parque da 210/211 Norte, da educação infantil e ao ensino fundamental. Ali Álvaro Neto tomou conhecimento pelas artes. Porém, verifica-se, dando um pulo ao passado, que sua carreira iniciou-se no berço, onde muitos de sua família já traziam referências artísticas. Assim, “em seu próprio lar”, começou suas primeiras manifestações artísticas.

Para quem passa por ele, tido como esquisito, excêntrico e extravagante, dificilmente não tem a atenção voltada pela forma com que Álvaro se propõe com sua forma de se manifestar por meio de suas roupas, que não são tão comuns de se encontrarem na correria do dia-a-dia. A esse segmento, a opção é fazer uso de algo mais prático e rápido.

Cinco questionamentos elucidam o lado mais visível do artista. Vamos a eles:

Qual história a sua roupa teria para contar? O estranhamento de suas vestes deixa o artista parecer que está em um eterno palco ou parecer um de seus próprios desenhos na maior parte do tempo. Tudo é cabível ao artista exótico: unhas pintadas, maquiagem no rosto, roupas diferenciadas, adereços para completar o look. Tudo isso reúne o que convencionamos chamar de exótico.

Seu estilo é original? Com inúmeros personagens vividos nas artes, Alvaro já é um diferencial devido aos figurinos e aos cenários criados por ele ou por seus alunos do curso de preparação para artistas. Entretanto, o que deixa todos abismados é a atenção que ele detém no cotidiano, com suas vestimentas dentro de seu próprio mundo interno expandido para o externo.

Já no campo da moda, há performance ou estilo? Talvez um personagem em sua vida real. Talvez apenas um estilo novo ou uma forma diferente de se expressar. Quem sabe, um artista performático a maior parte do dia, quando se considera seu cotidiano e não seus ensaios fotográficos e suas aparições teatrais – uma vez que suas vestimentas são mais notáveis que muitos de seus ensaios ou (das vestimentas) de seus personagens.

O que se observa é que, com características singulares e fora dos padrões tradicionais que fazem o diferencial com sua particularidade, Álvaro torna-se exótico e especial, quebrando tabus e padrões que, por vezes, são impostos pela mídia de massa.

No fundo, depreende-se que ele se torna um destaque no meio da multidão. Para quem o observa de longe, mesmo em silêncio, Álvaro é notado com seu estilo diferenciado e sua essência excêntrica, em geral com tons mais escuros, com ar de mistério e primor, sem perder o charme e a elegância em seu jeito distinto. Um exemplo disso são a textura de suas roupas, o tecido e as cores, até mesmo a sua forma de se portar, ampliando o sensorial de quem o observa, enviando mensagens expressivas de estranhamento e admiração de todos à sua volta. Afinal, como já se disse, “a beleza está nos olhos de quem a vê”.

Dono de um estilo próprio, fora da tendência com criatividade, Álvaro se submete a um jeito peculiar ou é possível pensar que ele pode ser a própria tendência ou até mesmo formar a próxima?. Isso não é um bicho de sete cabeças, sendo, portanto, fácil de explicar.

De fato, ele não deixa de ser ousado com sua forma não verbal de se comunicar ou mostrar presença sutil e agressiva ao mesmo tempo, independente dos juízos de valor de quem o observa passar com seu estilo, sendo agradável ou não, aos olhos de quem se depara com o artista de muitos talentos considerado um multifacetado ou um multiartista, mas que também chama atenção pelas indumentárias.

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