“A pergunta que me faço (como postulante ao Planalto) não é por que, mas para quê? Para refundar a república, substituir esse sistema corrupto e incompetente que é a causa dos grandes problemas que estamos vivendo hoje no país, que provocam indignação popular sem precedentes”.
Esse foi o enfoque de Álvaro Dias (Podemos) na abertura do debate da RedeTV! com os presidenciáveis. “Refundar a república com reformas fundamentais, para gerar 10 milhões de empregos e fazer o Brasil crescer em média 5% ao ano”, justificou.
Segundo ele, “com a Operação Lava Jato se institucionalizando, se transformando na nossa tropa de elite no combate à corrupção no país, que é a causa maior dos danos causados à economia, ao emprego e ao salário.”
Fechamento de empresas – “Tudo começa com a grande reforma, com ajuste fiscal que vai possibilitar a utilização do crédito a serviço da micro, da pequena e da grande empresa. Porque hoje o governo brasileiro absorve 72% do crédito existente para arrolar a dívida pública. O ajuste fiscal reduz a dívida pública. Melhorar o ambiente de negócios – reforma tributária é a força motora do desenvolvimento -, simplificando, três itens: desburocratização, simplificação, e obviamente investimentos. O Brasil tem três grandes desafios para gerar empregos. O ajuste fiscal, os investimentos e a produtividade. É evidente que melhorar o ambiente de negócios significa não só fazer a reforma tributária, mas também combater a corrupção. A Operação Lava Jato tem que ser grande cabo eleitoral do investimento, da geração de emprego. Porque vai atrair, vai trazer de volta os recursos que foram expulsos do Brasil pela corrupção.”
Emprego e corrupção – “O combate à corrupção é essencial, embora alguns possam achar que não tem a ver. A corrupção expulsou do Brasil investimentos extraordinários que poderiam gerar emprego, renda, receita pública e desenvolvimento. A Transparência Internacional elenca os países mais corruptos do mundo e o Brasil está sempre em lugar de destaque. Combatendo a corrupção, trazemos de volta os recursos, melhorando o ambiente doméstico, com uma reforma tributária simplificadora. Simplificação, regulação competente, segurança jurídica, desburocratização. Temos meta de 365 medidas no primeiro ano de governo para facilitar o empreendedorismo porque o melhor programa social é emprego e pretendemos gerar 10 milhões de empregos com crescimento econômico de 5,5% em média anualmente.”
Educação integral – “A falta de dinheiro na educação é bla bla bla. Gastamos, proporcionalmente, mais que os Estados Unidos, que gastam, com educação, 4,5% do PIB e o Brasil, 6% do PIB. Portanto, não falta dinheiro, falta competência, falta planejamento e falta honestidade. Vamos rever os orçamentos. Vamos aplicar como fez Merkel na Alemanha, como fez Obama nos Estados Unidos: um limitador emergencial de despesas com corte de 10%. Evidentemente, não é em todas as áreas. Vamos cortar nas áreas que podem ser cortadas porque são secundárias. Educação, não. Vamos investir fortemente na educação infantil, que é o grande retorno – a cada dólar investido, são 13 dólares de retorno. E vamos investir em ensino integral e foco no ensino técnico, especialmente.”
Saúde e saneamento básico – “Sem dúvida, saneamento é saúde. E nós verificamos que o governo brasileiro, os últimos governos, utilizaram recursos do BNDES, por exemplo, porto em Mariel, Cuba, hidroelétrica e metrô em Caracas, ao invés de contribuir numa parceria público-privada para a despoluição do Rio Tietê, para a despoluição da Baía de Guanabara, da Baía de Sepetiba. Enfim, oferecer condições através de um banco, que tem um orçamento gigantesco, já teve maior do que a Coreia do Sul e do que o Japão, investir condições para obras de infraestrutura, especialmente num setor fundamental para a saúde do povo, que deve ser a suprema lei, como é o saneamento básico. É claro que o poder público deve investir, mas há necessidade de buscar parcerias para que a eficiência dos investimentos proporcionem qualidade de vida à população.”
Considerações finais – “Olha, eu quero pedir a você que abra olho. Essa tentativa de generalizar na política é uma tentativa burra. Eu não aceito. Eu não aceito ser colocado no mesmo balaio daqueles que são sustentáculos deste sistema corrupto e incompetente que empurrou o país para este caos administrativo e para esta tragédia política. Nós queremos é substituir este sistema com a refundação da República. Eu sempre o combati, eu sempre o contestei. Eu estou há mais tempo, sim, mas contestando, combatendo, revoltado com as suas injustiças e nós vamos refundar a República para construir a grande nação que todos nós merecemos.”