Imbecis por definição, idiotas por natureza, invejosos desimportantes, agressores de nascença e torturadores obsessivos, os racistas, machistas, homofóbicos, misóginos e afins são amargos, tristes, introspectivos, incapazes, enrustidos, escamoteadores e, sobretudo, cagões. Choram, se borram, se entregam e fogem da raia ao primeiro sinal de perigo, de revolta, de escuridão ou de descobertas sobre suas origens. No entanto, morrem, mas não perdem a vergonha de ser o que são. Cidadãos de quinta categoria, eles não têm respeito algum pela sociedade, tampouco pela família que dizem representar. Prova disso é que, embora se escondam no meio da massa, a maioria é reincidente.
Como vaso ruim custa a quebrar e, quando quebra, os cacos se espalham pelo mundo, os representantes do ódio estão por toda parte. O recente episódio envolvendo o jogador brasileiro Vinícius Júnior mostra que os bandidos travestidos de mau caráter não são privilégio do Brasil, da Argentina ou de países do Cone Sul. A Europa, notadamente a Espanha, tem mostrado a crueldade de seu povo com os negros, principalmente com os bem sucedidos, como é o caso de Vini Jr. Potencialmente invejosos, os algozes espanhóis não aceitam o fato de terem de pagar ingresso para assistir às estripulias de um jovem negro, saído da periferia do Rio de Janeiro e que, por absoluto merecimento, recebe uma fábula inalcançável para os racistas sujos e idiotizados pelo fascismo que pregam, mas se escondem quando são ameaçados.
Bobalhões e inferiorizados desde o berço, eles, a exemplo dos demais intolerantes, são frequentemente “visitados” por pensamentos mesquinhos e vacilantes. Por isso, comumente se vinculam a reações ligadas ao desamparo e a fragilidades interiores, as quais causam angústia quando se deparam com situações fora do próprio repertório. Em resumo, como deliberou Freud, é a eterna contenda entre o “Eu” e o “Outro”. O que mais incomoda o “Eu”, aqui representados pelos racistas, homofóbicos, misóginos e machistas, é a certeza de que o “Outro” é melhor, mais importante, mais bonito e, portanto, um empecilho para as satisfações do “Eu”. Está aí razão defendida pelos imbecilizados para eliminar quem os incomoda.
Felizmente, Vinícius Júnior recebeu apoio do mundo inteiro, inclusive dos espanhóis menos desinteligentes. Boa parte do povo brasileiro lembra que vivemos isso em um passado bem recente, quando a parte podre do povo brasileiro se deixou seduzir por um arremedo de político. Era realmente um aprendiz de feiticeiro, mas profissional na arte de menosprezar negros, mulheres, LGBTQIA+, entre outros segmentos considerados minorias. Para sorte do restante da população, o cidadão em análise teve vida curta. E não poderia ser diferente. Como alguém que acusa os próprios negros de entregar os escravos mereceria um segundo mandato para comandar um país com mais de 200 milhões de habitantes, entre eles muitos negros.
É o mesmo que xingar Vini Jr. por ele ser um craque do futebol e não poder ser responsabilizado penal e espiritualmente. Nostálgico da ditadura, o roteirista diabólico seduziu expressiva parcela do eleitorado com sentenças de morte aos indígenas, quilombolas e sem-terra, além de ameaças de porrada, prisão e castração a quem não o acompanhasse na brincadeira de transformar o Brasil em uma nova ditadura. A diferença é que essa seria do capetão e de generais impossibilitados de alcançar por méritos postos que lhes garantissem pelo menos um verbete na história do país.
Da mesma forma que o misógino, machista, racista e homofóbico brasileiro perdeu a batalha das urnas, seus seguidores da Espanha certamente perderão o desejo animalesco e perverso de entristecer o menino Vinícius Júnior, hoje um dos maiores representantes da alegria do povo brasileiro, particularmente do carioca. Na verdade, já perderam, pois Vini, bem próximo de se tornar o melhor jogador de futebol do mundo, dirá a esses imbecis espanhóis o mesmo que a maioria dos brasileiros disse a seus similares tupiniquins: Tchau, queridos. Vocês esqueceram, mas eu vos lembro que nossa conduta é o processo; nossa consciência, o tribunal.
*Mathuzalém Júnior é jornalista profissional desde 1978