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América Latina lidera ranking mundial de mortes violentas

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A América Latina se manteve como a região que concentra os países com o maior índice de mortes violentas por homicídio e armas de fogo do mundo, segundo relatório da Organização das Nações Unidas divulgado nesta quinta-feira.

Embora não esteja no topo da lista, que compara o índice de homicídios em relação ao conjunto da população, o Brasil concentra isoladamente o maior número de casos. Em 2012, 50.108 pessoas foram vítimas de homicídio no país, ou uma taxa de 25,2 mortos para cada 100 mil habitantes.

O estudo, elaborado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime e baseado em dados oficiais disponíveis até 2012, aponta que 157 mil homicídios ocorreram nas Américas, ou 36% do total mundial, com países latino-americanos na liderança da lista.

No mundo, a taxa média de homicídios é de 6,2 para cada 100 mil pessoas, mas o sul da África e a América Central têm taxas quatro vezes maiores.

Honduras foi o país com a maior taxa de homicídios do mundo, com um índice de 90,4 mortes para cada 100 mil habitantes. O país centro-americano é seguido pela Venezuela, com taxa de homicídios de 53,7.

No outro lado da lista, os principados de Mônaco e Liechtenstein tiveram taxa zero de homicídio. Já Cingapura teve uma taxa de 0,2 morto por 100 mil habitantes e o Japão, 0,3.

No caso brasileiro, o estudo apontou que, embora a taxa de homicídios brasileira tenha mudado pouco nos últimos 30 anos, houve menos mortes no Rio de Janeiro e em São Paulo. A situação piorou, no entanto, nas regiões norte e nordeste.

Na América Latina, o Chile foi o país com o menor número de homicídios, com um total de 550 mortes, equivalente a uma taxa de 3,1 para cada 100 mil pessoas. No entanto, este número não coloca o país entre a lista de nações com menor ocorrência de homicídios do mundo, já que fica atrás de quase todos os países da Oceania e muitos da Europa e da Ásia.

Em novembro do ano passado, a Organização Mundial de Saúde, também da ONU, mostrou que a taxa de homicídios na América Latina cresceu 11% entre 2000 e 2010. Diferente de outros continentes onde os níveis estão em baixa, a taxa de homicídios cresce na América Latina.

Segundo o estudo da ONU, os dados reunidos em 2012 apontam que na África 135 mil pessoas morreram nesse ano no continente. Na Ásia foram, 122 mil; na Europa, 22 mil; e na Oceania, 1.100 homicídios, chegando a um total de 437 mil.

Segundo o relatório, a maior parte das vítimas de homicídios são menores de 30 anos. A maioria dos casos ocorrem em áreas urbanas.

O levantamento chama atenção para fatores de risco como o uso de drogas e álcool e a disponibilidade de armas.

Apesar de homens serem as maiores vítimas de homicídios, em contextos familiares as mulheres são as que mais morrem. O estudo ressalta a necessidade de politicas públicas de prevenção, assim como pede um maior esforço para investigar crimes, processar e punir os culpados.

O relatório define homicídio como a ação de matar alguém intencionalmente. As estatísticas não incluem mortes causadas por guerras, suicídios, homicídios não-intencionais nem mortes “justificáveis”, como aquelas previstas na polêmica lei americana de autodefesa.

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