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Americanos atacam e matam 80 soldados sírios

O Conselho de Segurança da ONU marcou uma reunião de emergência na noite deste sábado para discutir o ataque aéreo dos Estados Unidos a uma base militar das forças sírias. Um oficial da administração Obama que pediu para não ser identificado afirmou que os Estados Unidos expressou o seu arrependimento pelo ato, que teria sido um acidente.

A porta-voz do ministério russo das Relações Exteriores Maria Zakharova disse que a Rússia está exigindo “explicações completas e detalhadas sobre se o ataque teria sido uma demonstração deliberada de apoio ao Estado Islâmico ou mais um erro”. Zakharova disse ainda que, depois dos ataques ao exército sírio, “nós chegamos à terrível conclusão de que a Casa Branca está defendendo o Estado Islâmico.”

O exército dos Estados Unidos admitiu ter atacado acidentalmente forças do governo sírio, mas garantiu ter interrompido a operação após ter sido informado pela Rússia de que as bombas poderiam ter atingido forças do governo sírio. Segundo o exército, os ataques tinham como alvo o Estado Islâmico.

A declaração do Comando Central dos Estados Unidos foi emitida na tarde deste sábado, após a Síria e a Rússia comunicarem o ataque a uma base militar síria próxima do aeroporto de Deir el-Zour, local cercado por militantes do Estado Islâmico. A nota ainda diz que “as forças da coalizão jamais atacariam intencionalmente uma unidade do exército da Síria”. O bombardeio, feito com dois caças F-16 e dois A-10, deixou 82 soldados mortos e mais de 100 feridos.

Durante os cinco anos de guerra civil na Síria, não há indícios de que os Estados Unidos tenham atacado diretamente as forças do presidente sírio Bashar Assad, mas o ocorrido de hoje deixou o governo indignado. A Síria fala em um “ataque grave e flagrante na Síria e seus militares” e diz que o ato foi “uma prova do apoio dos EUA ao Daesh e outros grupos terroristas”. Daesh é o acrônimo árabe para o Estado Islâmico.

O ataque supostamente acidental acontece na mesma semana em que os Estados Unidos e Rússia iniciaram um acordo de cessar-fogo na Síria. Apesar de dezenas de violações, o acordo vem se mantendo, mesmo com a Organização das Nações Unidas (ONU) acusando o governo sírio de impedir a chegada de ajuda humanitária na cidade de Alepo, a mais fragilizada pela guerra. O governo sírio, por outro lado, diz ter feito todo o esforço necessário para facilitar a chegada de ajuda, mas grupos rebeldes teriam colocado fogo nas rotas que levam até Alepo.

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