A China atualmente lidera o quadro de medalhas nos Jogos Olímpicos de Tóquio e espera terminar nessa posição — um feito apenas alcançado anteriormente quando Pequim sediou os Jogos, em 2008.
Mas, se você estiver acompanhando a cobertura das Olimpíadas pelos veículos de imprensa dos Estados Unidos, o resultado é diferente.
Vários grandes veículos de comunicação do país — e até mesmo seu Comitê Olímpico Nacional (USOPC) — adotaram polêmica uma tabela alternativa na qual os EUA aparecem na frente da China.
A diferença é alcançada considerando o total geral de medalhas (em vez do número de medalhas de ouro) como o critério principal — utilizado pelo Comitê Olímpico Internacional.
Nesta quinta, os EUA tinham 85 medalhas no geral. A China, 73.
Padrão-ouro
Sob o “padrão ouro” do Comitê Olímpico Internacional (COI), a China tinha uma boa liderança no quadro de medalhas em 5 de agosto, com 33 medalhas de ouro contra 27 dos EUA.
Mas nos EUA, a contagem geral de medalhas está sendo usada por organizações de mídia, incluindo o New York Times, o Washington Post e a NBC, a rede de TV que transmite as Olimpíadas.
Essa escolha gerou críticas generalizadas nas redes sociais, até mesmo de alguns torcedores dos EUA. O site News.com, da Austrália, acusou os EUA de “manipular” a contagem de medalhas.
“Muitas das principais publicações dos Estados Unidos criaram sua própria maneira de classificar os países do mundo”, dizia artigo do site. “E, surpresa, isso significa que uma certa nação acaba no topo da lista.”
Alvo de críticas, o jornal New York Times mudou de opinião: do início da competição até 3 de agosto, o jornal utilizou o “modelo alternativo”, contabilizando o total de medalhas.
Mas na terça-feira, porém, o jornal mudou a publicação para a classificação por medalhas de ouro.
Dias antes, Josh Katz, editor gráfico do News York Times, justificou a adoção da contagem alternativa de medalhas dizendo que “há muitas maneiras diferentes de contar medalhas”.
“Qual forma de contagem é superior? Não é possível (responder)”, escreveu Katz em 27 de julho. “Talvez o método ideal esteja em algum ponto intermediário.”
Curiosamente, essa abordagem alternativa não foi utilizada na Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016, quando os EUA terminaram com a maior quantidade de medalhas de ouro e também na contagem geral.