Primeiro foram os torcedores argentinos a invadirem o Maracanã, no último domingo, no jogo entre Argentina e Bósnia. Nesta quarta-feira, foram mais de 85 chilenos a entrarem correndo no estádio, invadindo até a área da imprensa. As falhas da segurança do local, que assustaram a FIFA têm um (i)rresponsável: O coronel PM Anderson Fellipe Gonçalves, dono da empresa Sunset Vigilância e Segurança Ltda, que ganhou licitação para cuidar da segurança do Maracanã. Porém, pelo que foi visto nos últimos dias, não tem feito o trabalho direito.
A Sunset teve seu primeiro contato com segurança de estádios na Copa das Confederações, da Fifa, ano passado. Anderson Fellipe foi chefe de segurança do ex-governador Sérgio Cabral e deixou o governo junto com ele, no início de abril. O militar foi cedido para a Assembleia Legislativa do Rio. O oficial também dirige a empresa que faz a limpeza do Maracanã, a Sunplus Sistemas de Serviço LTDA. O Maracanã foi concedido à iniciativa privada pelo ex-governador, em um processo polêmico que enfrentou dezenas de manifestações populares, além de questionamentos da Defensoria Pública da União e do Ministério Público do Estado.
O coronel fundou a empresa em 2006. Na época, o capital social era de R$ 120 mil. Em 2013, o oficial já não constava entre os sócios, época em que o capital já somava R$ 1,2 milhão. Em uma das movimentações na Junta Comercial, em 2013, os novos sócios pediam pressa para o registro dos documentos, pois “a empresa participaria de uma série de licitações”.
O Consórico Maracanã acumula prejuízos de R$ 46 milhões, graças a contratos com fornecedores que cobram preços acima do mercado. Todos ligados a políticos aliados ao governador Luiz Fernando Pezão.