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Amigo e IML saem de cena e entra o jet ski de Álvaro

Álvaro, como de costume, acordou bem cedo e fez um desjejum recheado de frutas e cereais com leite tipo A. Com pouco mais de 60 anos, ainda mantinha um corpo muito mais saudável que a maioria dos seus amigos, quase todos ostentando barrigas proeminentes. Vaidoso como ele só, fazia questão de se exercitar na pequena academia ali mesmo na sua luxuosa mansão na Península do Lago Norte.

Aposentado há poucos anos, comprou um jet ski e, não demorou, se apaixonou pelo esporte náutico. Tanto é que, logo após fazer sua ginástica matinal, lá ia o Álvaro para o pequeno cais da sua propriedade em frente ao lago Paranoá.

Acomodava-se no jet ski, ligava o motor, olhava a imensidão ao seu redor e partia como se fosse um bad boy querendo impressionar as meninas, que, àquela hora do dia, deveriam estar todas dormindo.

Não demorou, o homem, a despeito da roupa de neoprene, ficou todo encharcado. Mas nada que o incomodasse, pois a adrenalina corria em suas veias.

Álvaro, de tão empolgado, chegava a fazer comentários sobre as próprias manobras, como se estivesse em um campeonato. Quem o visse naquele momento diria que se tratava de mais um dos inúmeros meninos crescidos da alta sociedade da capital.

Depois de quase duas horas naquelas idas e vindas, Álvaro começou a sentir cansaço. Mesmo assim, quis fazer uma última manobra, até que observou o nível do combustível. Estava baixo. Tão baixo que, talvez, não fosse possível nem retornar para o cais.

Convencido de que voltar era o melhor a se fazer, Álvaro ficou de pé no jet ski. Olhou ao redor e, sem pensar, deu um mergulho. Os minutos se seguiram, mas nada do homem retornar à superfície. Não retornou.

*Sexta, 7, quinto capítulo deste delicioso folhetim

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