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Chega chegando

Amizade nova é como ter decorado poema de Vinicius

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Autor/Imagem:
@donairene13 - Foto de Arquivo

Conhecer um amigo novo é como descobrir um sabor que a gente nem sabia que gostava. No começo, é só uma conversa aqui, outra ali, uma troca de palavras como quem tateia no escuro, até que, de repente, as luzes se acendem e a voz do outro passa a soar como trilha sonora do cotidiano.

A amizade nova tem cheiro de terra molhada, faz a gente parar e respirar fundo, apreciando a sensação boa. Tem gosto de fruta colhida no pé, um doce que surpreende, um azedo que desperta, um sabor sempre inesperado. Ela nos toca com delicadeza e intensidade ao mesmo tempo, como um tecido macio e quentinho cobrindo alguém que sente frio.

Geralmente esses amigos chegam de mansinho, sem fazer barulho, e trazem um jeito novo de olhar pra vida. Apontam detalhes que sempre estiveram ali, mas que nossos olhos cansados não percebiam: um céu mais azul que o habitual, uma mania nossa que vira piada interna. Ou uma dor que fica mais leve só porque alguém notou.

Conversar com um amigo novo é como escutar uma música desconhecida e, ainda assim, saber cantar o refrão. Aos poucos, aquela pessoa passa a fazer parte da nossa rotina, e a gente se pergunta como viveu tanto tempo sem aquela risada, sem aquele conselho, sem aquele jeito de ver o mundo.

E é bonito demais quando a vida coloca gente assim no nosso caminho. Alguém que chega e muda o tom dos nossos dias sem prometer nada — só sendo, só estando. Uma amizade nova é um poema do Vinícius que alegra uma manhã sem graça.

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