E se Jesus voltasse hoje?
Amor virou heresia para quem usa a fé como um escudo para o ódio

Há muitos que se dizem cristãos. Estão nos púlpitos, nas redes sociais, nas reuniões de família, falando em nome de Deus com a autoridade de quem o conhece intimamente. Mas me pergunto: e se Jesus voltasse hoje?
Penso que ele não estaria entre os que ocupam os templos, mas sim sentado na calçada com os que têm fome. Não estaria discursando em tronos dourados, mas ouvindo em silêncio, o desabafo de uma alma cansada. Ele viria, como veio antes: vestido de simplicidade, manso, humilde, amoroso. E, mais uma vez, seria rejeitado.
Sim, rejeitado. Talvez até crucificado novamente, (ou fuzilado) não por ladrões, mas pelos religiosos devotos. Porque o amor, quando é verdadeiro, incomoda. A mansidão é vista como fraqueza, e a humildade, como ameaça para os que se alimentam de vaidade e controle.
Jesus pregaria sobre perdão. Sobre colocar o outro em primeiro lugar. Sobre amar o inimigo. E isso seria insuportável para muitos que se dizem seus seguidores. O amor, afinal, virou heresia para quem se acostumou a usar a fé como escudo para o ódio.
E assim, no meio da multidão de vozes que se autoproclamam cristãs, talvez poucos o reconhecessem. Porque reconhecer Jesus exige mais do que fé: exige empatia, entrega, coragem. Exige viver aquilo que Ele viveu. E isso, para muitos, é uma blasfêmia.
