Curta nossa página


Almerinda, a doméstica

Ana Clara muda final e crônica ganha epílogo feliz

Publicado

Autor/Imagem:
Eduardo Martínez - Foto Ana Maria Martínez

Desde que resolvi me tornar escritor, percebi que essa profissão é, quase sempre, solitária, pois lá ficamos isolados do mundo, mas com o pensamento nas coisas que acontecem nele e dentro de nós, numa constante busca da melhor maneira de juntar palavras e expressar sentimentos.

Apesar dessa solidão, de vez em quando, tenho contato com um ou outro leitor, que me aborda na rua. Confesso que isso, a princípio, me deixava desconcertado, a despeito de provocar uma sensação bem gostosa, como se o meu eu interior me dissesse: “Pois é, Dudu, até que você consegue cativar algumas pessoas”. No entanto, antes que a vaidade me transporte para as nuvens, eis que a minha mulher, a Dona Irene, me puxa pelas orelhas.

Diante dessas massagens no ego, que têm se tornado mais frequentes, fiquei desnorteado no último dia 21, quando estive no Centro de Ensino Fundamental 102 Norte (CEF 102 Norte), em Brasília. É que o professor Leandro Mendes havia me feito um convite para mais um encontro com suas turmas. Na verdade, o segundo, pois, há um ano, mais precisamente no dia 9/11/2022, também estive por lá.

Pois bem, lá estava eu próximo à porta da sala, após ter conversado com uma das turmas do Leandro, quando os alunos do 7º C começam a entrar. De repente, fui surpreendido por uma linda menina com o sorriso capaz de encantar o universo e aqueles olhos cheios de vida direcionados para mim. A garota, quase lacrimejando, colocou as duas mãos no rosto, eu me aproximei e ela falou: “Não acredito que você veio!”

Logo soube que o seu nome era Ana Clara. Aliás, preciso falar o nome inteiro da minha agora amiga: Ana Clara Rodrigues Costa. Puro encanto!!!

Durante o bate-papo com a turma, a Ana Clara me entregou uma carta, onde diz que estava muito ansiosa para me conhecer, que amou muito todos os meus textos lidos e trabalhados em sala de aula. Mas o melhor ainda estava por vir.

Lá estava entretido com aquelas meninas e meninos maravilhosos, quando o professor Leandro sugeriu uma atividade para aquele momento. Os alunos teriam que refazer o final de um dos meus textos. Fiquei muito curioso para ver o que aquela garotada iria aprontar.

Não tardou, a Ana Clara leu em voz alta o seu final para “Almerinda, a empregada doméstica”, que, por sinal, foi o primeiro dos meus contos que foi publicado por Notibras há quase um ano. Na história original, Almerinda não tem um final feliz, pois é vítima da exploração imposta por sua patroa. No entanto, eis que a minha amiga, sábia e criativa como ela só, me vem com um desfecho muito melhor do que o meu.

Com o desenlace imaginado por essa menina tão arrebatadora, o destino da Almerinda foi trabalhar de cuidadora com um salário de 30 mil reais. Dessa forma, ela pode ter tempo e dinheiro de sobra para levar uma vida feliz. Tudo graças a essa garota tão carismática, que, com aquele sorriso mais lindo no rosto, me encantou. Muito obrigado, Ana Clara!!!

Publicidade
Publicidade

Copyright ® 1999-2024 Notibras. Nosso conteúdo jornalístico é complementado pelos serviços da Agência Brasil, Agência Brasília, Agência Distrital, Agência UnB, assessorias de imprensa e colaboradores independentes.