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Quando outubro chegar

Andrei vai trocar PF por Banco Interamericano; Saadi deve assumir vaga

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Autor/Imagem:
Marta Nobre - Foto de Arquivo/José Cruz, ABr

– Será que procede ou é fake?
– Fake entre a gente? Somos agentes, não promotores de desinformação.
– Concordo com você. Procede, mesmo.
– Pois é. Pelo andar da carruagem, serão muitas mudanças.

Esse diálogo foi retirado de grupo de servidores da Polícia Federal. Reúne delegados, agentes, peritos, escrivães… O tema é a saída de Andrei Augusto Passos Rodrigues do comando da corporação. Para a vaga iria Ricardo Andrade Saadi, diretor de Investigação e Combate ao Crime Organizado e à Corrupção.

Na sede da PF, em Brasília, é o que mais se comenta desde o sábado, 15. Se as mudanças acontecerem, serão mais para meados do segundo semestre. Confirmando-se a troca, Andrei cairá para cima, com a indicação para uma diretoria no Banco Interamericano. O salário é de cerca de 40 mil dólares (pouco mais de 200 mil reais).

Verdade ou não, o certo é que outros delegados especiais estão se movimentando nos bastidores da Polícia Federal. Dois superintendentes regionais no Nordeste articulam postos na Europa. Já o titular do cargo em São Paulo estaria de malas prontas para embarcar com destino ao Chile.

Na condição de adidos junto às nossas representações diplomáticas, os delegados podem passar até três anos lá fora. O prazo pode ser ainda maior, na eventualidade de, completada a missão, forem transferidos para outras embaixadas.

Esse movimento por mudanças seria uma iniciativa do próprio Andrei Passos. Ganhou corpo há alguns dias, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez críticas indiretas às investigações da PF em torno de Juscelino Filho, ministro das Comunicações.

Desafetos do delegado-chefe colocam lenha na fogueira. Dizem que Andrei estaria preocupado com o futuro dele, e não com o governo, muito menos Lula. Tanto é verdade, comentam delegados em tom de confidencialidade, que alguns diretores, a exemplo de superintendentes, estão se movimentando para garantirem vagas no exterior.

Em outras palavras: um sinal claro de que o Andrei sequer estará fazendo seu sucessor.

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