Pedro Nascimento, Edição
Mais de 33 mil refugiados congoleses de dois acampamentos provisórios lotados no norte de Angola estão sendo transferidos pelo governo desse país para uma nova área situada a cerca de 85 km dos campos atuais com apoio da Agência das Nações Unidas para Refugiados (Acnur).
O governo de Angola colocou cerca de 33 km de terra na municipalidade de Lóvu ao dispor dos refugiados congoleses para melhorar as suas condições de vida. A nova área está localizada a 100 km da fronteira com a vizinha República Democrática do Congo, RD Congo.
O coordenador residente das Nações Unidas em Angola, Paolo Balladelli, disse à ONU News que também é preciso estimular uma convivência saudável entre angolanos e congoleses. Segundo ele, “estiveram envolvidas no processo de transferência agências das Nações Unidas, como o Unicef e a Acnur, que trabalharam juntas com o governo angolano para criar as condições no terreno, para o que também foram contratados vários refugiados. Neste momento temos já mais de mil pessoas deslocadas a esta nova área.”
Os residentes do novo acampamento devem receber um lote de terra para construir abrigos e cultivar alimentos para compor as suas rações alimentares. Uma semana depois do início da operação, cerca de 1,5 mil refugiados já saíram do centro de acolhimento temporário de Mussunge para o novo local.
Segurança – Milhares de congoleses foram para Angola fugindo da violência na área Kassai da RD Congo, localizada ao norte de Angola. Numa altura em que a segurança continua volátil na área, as autoridades angolanas e a Acnur dizem estar preparados para oferecer proteção e apoio a até 50 mil refugiados congoleses até o final de 2017.
Em junho, a agência da ONU pediu US$ 65,5 milhões para continuar a desenvolver infraestrutura e serviços para refugiados em Angola, dos quais recebeu apenas 32%.