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Aniz, presidente dos bicheiros, faz sua festa de 1 milhão

Lucas Gayoso e Fábio Grellet

Com parte dos bens bloqueados pela Justiça, um dos principais nomes do jogo do bicho no Brasil, Aniz Abrahão David, o Anísio, patrono da escola de samba Beija-Flor, comemorou 80 anos na quarta-feira, 7, em um dos espaços mais refinados do Rio: os salões do Museu de Arte Moderna (MAM), no Aterro do Flamengo, com vista para a Baía de Guanabara e o Pão de Açúcar e cercado pelos jardins de Burle Marx. Foram convidadas para a festa 400 pessoas, entre artistas, políticos e até integrantes do Poder Judiciário.

Anísio foi apontado como um dos chefes de organização criminosa conhecida como Clube Barão de Drummond, espécie de tribunal informal responsável por julgar aqueles que exploram o jogo ilegal, ao lado de Ailton Guimarães Jorge, o Capitão Guimarães, e Antônio Petrus Kalil, o Turcão. Em 2012, eles foram condenados pela 6ª Vara Criminal Federal do Rio a 48 anos de prisão cada um Anísio recorre em liberdade.

O contraventor deve gastar cerca de R$ 1 milhão com a festa de aniversário, segundo informou o jornal O Dia ontem. Ele contratou o prestigiado cerimonialista Roberto Cohen para cuidar da lista de convidados. Entre as “surpresas” previstas estavam apresentação de passistas e da bateria da Beija-Flor, além de exibição de um documentário que conta a trajetória do bicheiro de origem libanesa, que começou a trabalhar ainda na infância. Dedicado ao jogo do bicho desde a década de 1960, Anísio e sua família ganharam prestígio social como patronos da Beija-Flor, escola de samba que presidiu a partir de 1965.

Questionado pela reportagem, o advogado Ubiratan Guedes foi enfático ao repudiar questionamentos sobre os gastos feitos pelo seu cliente. Em agosto, o Tribunal Regional Federal (TRF) manteve, em decisão unânime, o bloqueio das contas do contraventor.

A festa – Aniz veio acompanhado por familiares e entrou no salão às 20h05. Até as 22h30, haviam chegado integrantes da Beija-Flor, como Laila e o intérprete Neguinho, artistas como Claudia Raia e Milton Cunha, além do Capitão Guimarães. O clima era de discrição: a música só começou às 22h08, quando Alcione foi convidada ao palco e cantou As Rosas Não Falam, um clássico do mangueirense Cartola. Em seguida, assumiu o microfone Toninho Geraes, autor de Mulheres e de outras canções de sucesso.

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