Há mais de um ano fazendo o mesmo personagem, Sidney Sampaio foi promovido na pele do hebreu Josué ao lugar de Moisés (Guilherme Winter) em “A Terra Prometida”. Protagonista da segunda novela bíblica da Record, o ator tem certeza de que o líder é seu papel mais importante da carreira.
“Sem sombra de dúvida [é o personagem mais importante]! Primeiro, pela extensão da obra e pelo tempo de trabalho. Isso exige muito que o ator tenha outras cartas na manga, digamos assim. Em um trabalho mais extenso, você precisa mostrar outras coisas. E outra, o personagem começa com 20 anos e vai terminar com 100. Ele era escravo, muda de posição”, diz.
Sampaio enumera os momentos principais das duas primeiras partes da novela “Os Dez Mandamentos”, sendo eles de importância histórica até mesmo para a Record. O folhetim “fenômeno”, segundo palavras do autor Renato Modesto, não só encerrou uma complicada fase de baixos índices de audiência das novelas da emissora como também fez com que ela disparasse no horário à frente do SBT e roubasse pontos até da Globo.
“São vários fatos grandiosos, como a abertura do Mar Vermelho, todas as pragas do Egito, seguir pelo deserto e depois entender como é importante essa unidade [do povo hebreu] para que essa nação realmente exista. Não adianta ser livre se não tivermos o mesmo pensamento”, afirma. “Agora, seguimos para a guerra mesmo. Para a disputa de um território tão desejado que é a terra prometida. Teremos que mostrar uma força como nação. Isso tudo faz com que eu considere o trabalho mais elaborado que já fiz”, declara.
A novela deverá terminar, se não for estendida pela Record, em novembro. Ao fim, Sidney Sampaio completará aproximadamente um ano e oito meses com o mesmo personagem. Ele já sabe que se desvincular do papel não será tarefa fácil.
“Acho que vai levar um tempo, mas temos mecanismos para fazer isso. Temos um trabalho de reciclagem. Mas o mais legal de cada profissão é a herança que cada personagem deixa”, afirma.
No caso de Josué, ele conta que buscou em si mesmo a melhor forma de interpretar o sucessor de Moisés.
“Eu procurei internalizar. O ator sempre faz esse laboratório de buscar externamente, mas com o Josué eu fui muito para dentro. Na verdade, Entendi o que é esse peso, esse cansaço de estar 40 anos no deserto buscando algo, vendo as pessoas fraquejarem, perecerem e errarem. Como fica a energia de uma pessoa que está vivendo tudo isso? E ai vem aquela armadura, com a responsabilidade. Tem a vida de uma nação toda nas suas costas”, avalia.