José Escarlate
Governo Figueiredo. Enquanto Delfim buscava num passe de mágica alavancar a economia, Leitão de Abreu imperava na administração e na política.
O então governador da Bahia, Antônio Carlos Magalhães, por baixo dos panos, não aliviava: “Figueiredo não manda em nada, não se interessa mais por nada depois do problema no coração. Deixa tudo para o Leitão resolver”.
Os ministros, já não se entendiam. O da Justiça, Ibrahim Abi-Ackel, não se entendia com o chefe do Gabinete Civil, que desprezava o chefe do SNI, que não tinha afinidades com o chefe do Gabinete Militar, General Rubem Ludwig. Era o caos se instalando.
Abi-Ackel ia mais além. “Não há comando, não há unidade, não há coesão. O “homem” não quer se aborrecer e evita trabalhar. O Leitão tem orgasmos só de abocanhar para si o direito de decidir sobre um monte de coisas — mas acaba não decidindo nada”.
E ACM prossegue na sua análise: “O Venturini se comporta como um diplomata florentino. Não se atrita com ninguém e não toma partido por nada”.