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Aos 95, ex-guarda nazista é preso e deportado para Alemanha

Foto: Reprodução/ABC

Jakiw Palij, de 95 anos, ex-guarda do campo de concentração de Trawniki, na Polônia, foi preso ontem em sua casa no bairro do Queens, em Nova York, e deportado para a Alemanha. Suspeito de cometer crimes de guerra, a identidade de Palij foi descoberta 25 anos atrás.

Em 1993, quando foi interrogado por investigadores americanos sobre suas ações na 2.ª Guerra, Palij reconheceu que havia mentido nos formulários de entrada, alegando que era fazendeiro e trabalhara em uma fábrica durante o conflito. “Jamais teria recebido meu visto se tivesse dito a verdade. Todo mundo mente”, disse Palij aos investigadores na ocasião.

Ele trabalhou em Trawniki em 1943 e estava presente no dia 3 de novembro, quando e m um único dia 6 mil judeus foram executados por agentes da SS. Palij admitiu ter trabalhado no local, mas negou envolvimento em crimes de guerra.

Ele chegou aos EUA em 1949 e viveu tranquilamente como desenhista e depois como aposentado até quase 30 anos atrás, quando os investigadores encontraram o nome dele em um documento nazista.

Em 2003, um juiz retirou a cidadania americana de Palij, alegando “participação em atos contra os judeus” na Polônia, e emitiu a ordem de deportação no ano seguinte. O problema é que Alemanha, Polônia e Ucrânia se recusaram a aceitá-lo e ele continuou a viver no limbo jurídico em uma casa de Nova York, com sua mulher, Maria.

Em setembro, todos os congressistas de Nova York assinaram uma carta pressionando o Departamento de Estado a dar andamento ao processo de deportação. Após intensas negociações com o governo alemão, o caso foi concluído ontem.

O Ministério do Interior e da Justiça da Alemanha e o gabinete da chanceler Angela Merkel não disseram para onde Palij seria levado. Os procuradores alemães, no entanto, já disseram que não parece haver evidências para acusá-lo de crimes de guerra no país.

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