Saulo Araújo
A grave crise econômica que atingiu o País obrigou gestores de todas as unidades da Federação a se reinventar para garantir a prestação de serviços públicos essenciais. No Distrito Federal não foi diferente.
Mas, além de cortar despesas, o governo de Brasília lançou mão de várias medidas criativas, que resultaram em avanços na gestão administrativa e em projetos para melhorar a qualidade de vida da população.
Nesta sexta-feira (16), o governador Rodrigo Rollemberg apresentou um balanço das principais realizações de 2015 e 2016. Ele destacou que a cidade evoluiu apesar das dificuldades e disse vislumbrar um 2017 mais promissor.
A devolução para a sociedade de mais de 11,5 milhões de metros quadrados (m²) de terras públicas foi um marco e proporcionou conquistas a moradores de diversas regiões administrativas. No Sol Nascente, em Ceilândia, a retirada de invasões possibilitou o início das obras de infraestrutura. Até o momento, foram 63 vias asfaltadas e 13 quilômetros de drenagem de águas pluviais. Além disso, 612 lotes receberam ligações de água e esgoto.
A desobstrução de áreas públicas também permitiu que benfeitorias chegassem aos moradores de Vicente Pires e do Buritizinho, em Sobradinho. No primeiro caso, o histórico problema de alagamentos é atacado com a construção de galerias de águas pluviais nas Glebas 1 e 3. Também foram feitas 5.124 ligações de esgoto. Já no Buritizinho, onde vivem cerca de 6 mil pessoas, as obras de drenagem e pavimentação progridem em ritmo acelerado — 60% delas estão prontas.
Recuperar glebas de propriedade do governo se mostrou essencial para aumentar as opções de lazer dos moradores da capital. O Projeto Orla Livre vai revitalizar 38 quilômetros de margens do Lago Paranoá, com quiosques, ciclovias, banheiros e áreas para a prática de esportes, entre outros benefícios.
Em breve será concluída a trilha com 6,5 quilômetros de extensão entre o Parque Península Sul e o Parque Asa Delta, na QL 12. No início de 2017, a pista vai até o Deck Sul, totalizando 14 quilômetros de acesso pavimentado e iluminado a ser dividido por pedestres e ciclistas.
Garantia de água – Resolver os problemas causados pela crise hídrica que atingiu Brasília em 2016 foi outra prioridade. Após 16 anos sem qualquer tipo de investimento no setor, o governo determinou a construção do reservatório do Bananal, no fim da saída norte. A represa vai aliviar o reservatório do Descoberto — o maior do Distrito Federal — e levar água tratada para centenas de milhares de pessoas residentes no Plano Piloto, Cruzeiro e Lago Norte.
Serão gastos R$ 12 milhões (mais R$ 8 milhões com equipamentos) na construção da bacia. Já as obras da Barragem de Corumbá 4 estão com 48% das obras concluídas e devem abastecer cerca de 1,3 milhão de casas em Goiás e no Distrito Federal. A inauguração da represa está prevista para 2018 e custará aos cofres públicos R$ 275 milhões.
Para alavancar a economia local, uma das medidas foi incentivar a qualificação profissional dos cidadãos. Por meio do programa Qualifica Mais Brasília, da Secretaria do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, 10,5 mil pessoas se formaram em algum dos cursos ofertados gratuitamente em 2016.
Em outra frente, 30% dos que procuraram alguma das 18 agências do trabalhador espalhadas pelo DF em 2016 conseguiram ser inseridos no mercado de trabalho. O índice é o dobro do registrado no mesmo período de 2015.
A vida de quem usa diariamente o transporte público em Brasília melhorou com a construção ou reforma de 17 terminais rodoviários, todos equipados com lanchonetes, bicicletários e banheiros com acessibilidade. O pente-fino feito pelo Transporte Urbano do DF (DFTrans) resultou no cancelamento de 41 mil cadastros do Passe Livre Estudantil, o que levou o governo a economizar aproximadamente R$ 10 milhões.
Atendendo a um apelo da população, o DF foi a primeira unidade federativa a regulamentar o serviço de transporte individual por meio de aplicativos, como o Uber.
Avanços na saúde – A construção do Bloco 2 do Hospital da Criança vai abrir mais 202 leitos — 164 de internação e 38 de unidades de terapia intensiva (UTIs).
A rede pública brasiliense também se destacou pelo número de transplantes de coração e de fígado. Foram, respectivamente, 31 e 55 nos primeiros nove meses de 2016. Considerando a proporção de habitantes, por milhão de população (PMP), o DF é o primeiro em transplante de fígado, com 25,2 PMP, e está no mesmo patamar quanto aos procedimentos de coração (14,2 PMP), córnea (354 no total e 161,9 PMP) e medula óssea (53 no total e 24,2 PMP).
Brasília se recuperou no ranking de transplantes de rim. Em todo o ano passado, foram 84 cirurgias contra 89 apenas até setembro deste ano. Mais de 70% das gestantes do DF fizeram sete ou mais consultas de pré-natal em 2016 — número superior à média nacional, que é de 65,9%.
Na segurança, as ações desenvolvidas pelo Viva Brasília — Nosso Pacto pela Vida levaram o Distrito Federal a registrar em 2015 o menor índice de crimes contra a vida em 20 anos. A ação Centro Legal, que revitalizou e ocupou com cultura e lazer espaços antes degradados, zerou o número de mortes no Setor Comercial Sul. Em 2015, oito pessoas haviam sido assassinadas naquela área. Neste ano, nenhuma.
Na área habitacional, o governo de Brasília entregou 22,4 mil escrituras, o que significa um terço do distribuído em toda a história da cidade. O Executivo ainda regularizou 35 templos religiosos no DF.
Agência Brasília