O governo não vai recuar da nomeação da deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ) para chefiar o Ministério do Trabalho. Quem garante é o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun. Ele acrescenta ainda que não irá pedir outro nome ao partido.
Cristiane Brasil é:
- Alvo de uma investigação em inquérito sobre associação para o tráfico de drogas;
- Protagonista de uma gravação na qual cobra votos de servidores em troca da permanência deles no cargo (Se eu perder a eleição de deputada federal.. (…) No dia seguinte, eu perco a secretaria. No outro dia, vocês perdem o emprego);
- Condenada em uma causa trabalhista a pagar R$ 60,4 mil a um motorista que prestava serviço para ela e sua família,
Além disso, ela aparece em um vídeo no qual questiona as pessoas que entram “contra a gente” em ações trabalhistas.
Para Marun, entretanto, não há nada que de fato arranhe a imagem da deputada. “O fato de alguém ter perdido uma ação trabalhista não significa que essa pessoa seja imoral”, argumenta.
Posse suspensa – A posse dela está suspensa pela segunda vez. Na primeira vez, o juiz Leonardo da Costa Couceiro, da 4ª Vara Federal de Niterói, alegou desrespeito à moralidade ao nomear para o cargo de ministro do Trabalho, “pessoa que já teria sido condenada em reclamações trabalhistas, condenações estas com trânsito em julgado”.
Após a Advocacia-Geral da União recorrer, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) autorizou a posse, mas o grupo Movimento dos Advogados Trabalhistas Independentes (Mati) recorreu. E a posse foi suspensa pela presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministra Cármen Lúcia.
Nesta semana, a deputada pediu agilidade ao STF.
“Não devo mais nada à Justiça Trabalhista. Estou sendo julgada política e não juridicamente. Tenho a ficha limpa. Mas, infelizmente, o meu julgamento superou essa esfera. Preciso que o STF decida essa questão, para que eu possa seguir minha vida política”, diz a deputada.
Nas mãos de Deus – À Folha de S.Paulo, o fiador de Cristiane Brasil, pai dela e presidente do PTB, Roberto Jefferson, afirmou que a indicação dela está “nas mãos de Deus”. No sábado (3), ele disse que a filha não sairia como “bandida”.
A assessoria da deputada nega a acusação de envolvimento com tráfico, diz que o inquérito foi aberto baseado em uma denúncia anônima durante a campanha eleitoral de 2010, ano em que Cristine sequer foi candidata.
A deputada afirma ainda que o vídeo no qual faz questionamento sobre a Justiça do Trabalho está fora de contexto. A assessoria disse desconhecer em quais circunstâncias foi gravado o áudio no qual a deputada aparece coagindo os servidores. Diz ainda que ela “jamais infringiu qualquer norma ética ou jurídica relacionada às eleições”.