Convidado do Lide Brasília, grupo de empresários e entidades classistas da cidade que é comandado pelo empresário Paulo Octávio, o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex -Brasil), Jorge Viana, afirmou, durante a palestra “Potencial do Comércio Exterior do DF”, que Brasília tem enorme capacidade para se transformar em um polo. “O crescimento desta atividade foi moderado nos últimos 20 anos. E me pergunto: como pode o DF ter tão pouca inserção no comércio exterior?”, questionou o ex-governador do Acre e ex-senador.
A resposta veio ao final do encontro, que teve a presença de quatro secretários do GDF e dos deputados distritais Jorge Vianna (PSD), Robério Negreiros (PSD) e Chico Vigilante (PT). O empresariado local, representado pelo Lide Brasília e entidades de classe como a Federação das Indústriaa (Fibra) e Federação do Comércio, Bens e Serviços (Fecomércio), e a Apex-Brasil fecharam a realização de um seminário voltado à exportação, em abril deste ano. Nos próximos dois meses serão definidos o cronograma e as metas para o surgimento um polo de exportações na capital.
Segundo Paulo Octávio, o Brasil é um país com potencial enorme de exportação e que Brasília reúne condições para fomentar empresários que pensem grande. “Temos potencial, clima bom, terras cultiváveis. Aqui, ninguém nunca deu importância a esta questão. Não vejo por que não exportar frutas brasilienses, como o morango. Fico me perguntando por que não é enviada a outros países? Temos voos para Portugal, Argentina, Estados Unidos e Panamá e produtos já exportados, como o croissant fabricado no Gama, que chega aos Estados Unidos, Japão e Portugal, entre outros países, e o creme de alho”, exemplificou.
O presidente do Lide Brasília referia-se a três empresários de sucesso, que resolveram investir na exportação. Donos do restaurante Salim Sou Eu, o casal Samar e Nijed Semaan decidiu investir na exportação de seu creme de alho, o Oh My Garlic!, obtendo excelentes resultados. Tal como fez Jurandir Pizani, dono da indústria Panebras, localizada no Gama, que hoje exporta seu croissant a outros países.
Para Paulo Octávio, exemplos assim mostram que é preciso pensar Brasília não só como polo político, mas também como capital de negócios. “Jorge Viana estudou e mora em Brasília e é próximo ao presidente Lula e ao ministro e vice-presidente Geraldo Alckmin. Temos de aproveitar este bom momento e superar dificuldades. A Apex tem bases no mundo todo – Estados Unidos, Europa, China e Japão. É hora de fomentar a exportação”, completou.
Jorge Viana concordou com a análise. “Brasília pode ir muito além do que está indo. Temos posição geográfica privilegiada, comprovada pelo fato de passarem pelo nosso aeroporto mais de 18 milhões de passageiros/ano. Também estamos bem localizados do ponto de vista do mercado brasileiro e com grande potencial para exportação. E isso não acontece ainda. A região que menos exporta no Centro-Oeste é Brasília. São US$ 300 milhões por ano. Muito pouco perto do conjunto de US$ 55 bilhões/ano que a região exporta. Brasília é o espaço brasileiro com maior potencial de crescimento”, comentou. “Não é por acaso que empresas como Amazon e Mercado Livre se instalaram em Brasília, avaliando a importância das questões logísticas”, acrescentou.
O presidente da Apex-Brasil disse também que, por ser ligada ao recriado Ministério da Indústria e do Comércio, comandando por Geraldo Alckmin, a agência tem muito a fazer. “Qualificar as empresas e trabalhar as cadeias produtivas locais para a exportação são fundamentais. Neste almoço, apresentei a intenção de colocar a agência à disposição dos empresários, para trabalharmos juntos, como quer o presidente Lula e o ministro Alckmin. A partir do seminário e de um trabalho de qualificação, vamos fazer uma grande mudança no perfil de exportação de Brasília”, completou.
Por fim, Jorge Viana comentou a mudança no panorama das relações comerciais do Brasil com parceiros internacionais após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Na gestão passada, quase não fizemos visitas a outros países. O Egito, por exemplo, é importante parceiro. E não foi procurado. Mas o presidente Lula, assim que assumiu, retomou essa relação com o mundo. Em menos de um mês, esteve na Argentina, Uruguai e próximo da missão da Alemanha, que foi importantíssima. E agora vai aos EUA”, destacou. “Isso abriu uma janela de oportunidade do crescimento do fluxo de exportação. Está de volta o que eu chamo de diplomacia presidencial, que é fundamental para divulgar o País e as empresas no mundo”, completou.