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Corrida contra o tempo

Após cirurgia, Neymar se recupera em mansão de 25 milhões

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Autor/Imagem:
Leandro Silveira

A pouco mais de cem dias da estreia do Brasil na Copa do Mundo na Rússia, o jogador mais caro da história do futebol terá uma mansão avaliada em R$ 28 milhões como seu “quartel-general” no início da recuperação da fratura no quinto metatarso do pé direito, lesão sofrida em 25 de fevereiro e que se tornou um empecilho na tentativa de Neymar de conduzir a seleção ao hexacampeonato.

Foi para essa mansão, localizada em Mangaratiba, no litoral fluminense e a 130 quilômetros do Rio, que Neymar seguiu neste domingo, após receber a alta hospitalar do Mater Dei, em Belo Horizonte, onde foi operado, em intervenção bem-sucedida, realizada no sábado por Rodrigo Lasmar, da seleção brasileira e do Atlético-MG, que cedeu outros dois médicos para a operação.

Embora tenha sofrido uma lesão assustadora nas quartas de final da Copa do Mundo de 2014 contra a Colômbia, quando fraturou duas vértebras, Neymar agora começa a se recuperar da contusão mais grave da sua carreira, ao menos em tempo de afastamento dos gramados, pois Lasmar, antes mesmo da operação, havia afirmado que ele ficaria entre dois meses e meio e três meses sem jogar.

A chegada à sua residência em Mangaratiba permite a Neymar iniciar a reabilitação com luxo, conforto, a proximidade dos amigos e familiares, além de privacidade e de uma boa estrutura. A casa, nas proximidades de Angra dos Reis, conta com heliponto, seis suítes, quadra de tênis, spa, sala de massagem e, o mais importante neste momento para ele, uma academia bem equipada.

Neste ambiente, ele contará com equipamentos tradicionais de fisioterapia, como botas compressivas, para redução do edema, martelo pneumático, usado para liberação do tecido miofascial, eletrosestimuladores e laser terapêutico. Neymar já possui esses aparelhos na França e eles foram transportados para utilização em Mangaratiba.

Lá, ele terá a companhia de Rafael Martini, seu fisioterapeuta e que recentemente também passou a fazer parte das comissões do Paris Saint-Germain e da seleção brasileira, assim como do preparador físico Ricardo Rosa, que também faz parte do seu estafe desde os tempos do Santos.

A participação de Martini foi destacada pelo clube parisiense no único boletim médico divulgado após a cirurgia de Neymar. “A reabilitação pós-operatória começará imediatamente com acompanhamento do fisioterapeuta do PSG”, afirmou, em comunicado também assinado pelo jogador e a CBF.

Além da colocação do pino, foi realizado um enxerto ósseo em Neymar, o que levou a operação a durar 1 hora e 15 minutos, mais tempo do que o previsto. A ação é encarada por especialistas como uma precaução e pode até levar a um aumento no prazo de recuperação, mas eles destacam que isso não fugirá do período de três meses estipulado por Lasmar antes da operação.

Especialistas explicam que esse trabalho costuma fazer o corpo reagir mais rápido. “O enxerto ósseo é uma medida para ratificar a consolidação”, explicou Ricardo Vidal, fisioterapeuta pós-graduado em fisioterapia ortopédica e esportiva pela UFMG e em futebol pela UFV, que tem experiência de 13 anos com jogadores de futebol, o que inclui ter trabalho com Lasmar no departamento médico do Atlético-MG.

A expectativa é para que Neymar consiga voltar a movimentar o tornozelo e os dedos do pé direito ainda nesta semana. E o trabalho inicial de Martini consistirá em evitar que Neymar perca a mobilidade no tornozelo direito. além de realizar trabalhos leves para evitar a ocorrência de problemas com a panturrilha e em outros músculos, sempre sem colocar o pé no chão, o que ele estará impedido de fazer por 15 dias.

Por isso, neste período, os trabalhos não deverão ter qualquer uso de peso, sendo focados no combate ao inchaço da cirurgia. Depois disso, quando o Brasil estiver entrando em campo para amistosos contra Rússia e Alemanha tendo Willian como provável substituto de Neymar, o jogador estará liberado para realizar exercícios com algum peso, como caminhadas, trabalhos de força e mobilidade na região lesionada.

No último sábado, Lasmar e o médico Gerard Saillant, representante enviado pelo PSG para acompanhar a cirurgia, deram um prazo de seis semanas para uma nova avaliação de Neymar, que deverá permanecer por todo esse tempo em Mangaratiba. E este período foi apresentado porque é o estimado para a consolidação da fratura. “A partir daí, ele vai realizar corridas, saltos e intensificará trabalhos de força para restabelecer a sua condição de jogador de futebol”, detalhou Vidal.

Neste domingo, após a alta de Neymar, Lasmar deixou o hospital e seguiu para o estádio Independência, onde o Atlético disputou clássico com o Cruzeiro. Lá, ele retomou a rotina de médico do clube e não quis comentar sobre a lesão do atacante da seleção, dizendo que deseja se concentrar no seu trabalho cotidiano.

Porém, Lasmar vai se encontrar e examinar o jogador, algo que poderá ocorrer semanalmente, pois foi o responsável pela operação. Além disso, o Atlético-MG já ofereceu a sua estrutura para recuperar Neymar, ainda mais que Otaviano Oliveira e Felipe Kalil, outros médicos do clube, participaram da cirurgia.

E essa proximidade com o jogador torna viável essa possibilidade, que precisaria ter o aval do Paris Saint-Germain, ainda mais que o clube parisiense vem centralizando a divulgação de informações sobre a lesão e destacou a participação de Martini nos trabalhos de recuperação do jogador.

Como a previsão otimista é de que Neymar fique dois meses e meio sem atuar, o técnico Tite convocará a seleção para a Copa, na primeira quinzena de maio, ainda sem que o jogador do PSG tenha entrado em campo após a fratura no quinto metatarso do pé direito, sofrida em 25 de fevereiro. Além disso, há o risco de ele ainda não ter condições de atuar quando a seleção for se apresentar em Teresópolis, em 21 de maio.

Porém, quando Neymar estiver plenamente recuperado, não haverá qualquer tipo de sequela, sendo que a tendência é de que ele permaneça com o pino no seu pé direito e sem risco maior se sofrer lesões. Assim, as principais preocupações envolverão a falta de condicionamento físico e de ritmo de jogo.

Nesse caso, os amistosos do Brasil antes da Copa – a previsão é de três jogos, sendo um no Maracanã e outros dois na Europa, provavelmente diante de Croácia e Áustria – não serão importantes apenas para Tite consolidar o time que estreará diante da Suíça em 17 de junho. Eles serão fundamentais para Neymar atingir a forma física e técnica ideal, readquirindo a coordenação nos dribles e a velocidade, além de recuperar a confiança para brilhar na Rússia.

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