Uma batida de trânsito terminou com a morte de um dos envolvidos, na manhã desta terça-feira, na pista lateral sentido Centro da Avenida Brasil, na altura de Bonsucesso, Zona Norte do Rio. Segundo informações da Polícia Militar, o acidente envolveu dois ônibus, um da Viação Bangu e outro, da Paranapuan.
Segundo Ricardo Luciano, fiscal da Viação Bangu, Francisco Edvaldo da Silva, de 42 anos, motorista de um dos coletivos da empresa, saltou e pediu para o colega de profissão fazer o mesmo, para que pudessem conversar sobre o prejuízo. O pedido foi recusado. Para impedi-lo de deixar o local, Francisco, então, se colocou na frente do outro ônibus, da Viação Paranapuan. Ele acabou sendo atropelado.
A vítima foi arrastada por cerca de 500 metros. Francisco foi levado para o Hospital municipal Souza Aguiar, no Centro da cidade. O Corpo de Bombeiros confirmou a morte dele. O atropelador, identificado como Jailton Santos Silva, de 31 anos, fugiu do local. Segundo advogados da Paranapuan, ele voltou para a garagem da empresa, na Ilha do Governador, e contou que teria se envolvido numa confusão.
Os advogados da viação, então, o aconselharam a se apresentar à polícia. Jailton primeiro foi para a 35ª DP (Campo Grande) e de lá foi levado para a 21ª DP (Bonsucesso). A grade do ônibus que ele dirigia ficou no local do atropelamento e foi recolhida por Ricardo Luciano. Ela tem o número de ordem do coletivo da Viação Paranapuan e será entregue à polícia.
No início da tarde a Divisão de Homicídios (DH) assumiu o caso. Jailton foi levado para a especializada, onde prestará depoimento. Peritos seguiram para o local do atropelamento e buscam câmeras de segurança que possam ter filmado o que aconteceu.
‘Assassinato’
O cobrador do ônibus da Viação Bangu, Elmo Ferreira, de 34 anos, contou que trabalhava com Francisco Edvaldo há cerca de um ano. Ele descreveu o acidente e o relato coincide com o que foi feito por Ricardo Luciano:
“O Francisco era uma pessoa calma. Não era de arrumar confusão por besteira. Mas nossa profissão é muito estressante. De qualquer forma, não justificava um ato como esse do outro motorista. Tenha ele sido culpado ou não do acidente, o assassinato não se justifica”, disse.
Elmo contou que quando saiu do ônibus para ver o que havia acontecido, ouviu os passageiros dizendo: “O ônibus está levando ele”.
“Achei que estivesse levando dentro do ônibus, mas na verdade ele estava arrastando o Francisco. Quando me disseram que ele estava caído mais à frente, foi que entendi. Cheguei e o vi muito machucado, tentei falar com ele, mas acho que já estava morto”, lembrou o cobrador, emocionado.
Marcelo Bernardo, gerente jurídico da Viação Bangu, contou que o o motorista morto trabalhava na empresa há cinco anos:
“Francisco era nosso funcionário desde 2009 e não há nada em seu histórico que desabonasse a conduta dele”.