O Ministério Público irá recorrer da decisão da juíza Maria Tereza Donatti, 29ª Vara Criminal da Capital. Na tarde desta quinta-feira, a magistrada rejeitou a denúncia do MP contra o jogador Adriano por associação para tráfico de drogas e falsidade ideológica. No despacho, Donatti explicou que não há nos autos do inquérito nada que indique que Adriano e Marcos José de Oliveira, amigo pessoal do atacante, consentiram que pessoas usassem motocicletas para as atividades relacionadas ao tráfico de drogas.
A base da denúncia, assinada pelos promotores Homero das Neves e Alexandre Murilo Graça, é uma investigação sobre a compra de duas motos por parte de Adriano. Uma delas foi adquirida em nome da mãe de Paulo Rogério de Souza Paz, o Mica, chefe do tráfico da Chatuba, e a outra, no do próprio jogador.
A juíza ainda menciona o fato de Adriano e Marcos não terem sido indiciados pelos crimes pelo delegado Reginaldo Guilherme, da 22ª DP (Penha). Ela ainda justifica a rejeição da denúncia pelo crime de falsidade ideológica explicando que “não há suporte probatório mínimo”. O advogado do craque, Ary Berguer, aprovou a decisão judicial:
— Nós sempre confiamos no bom senso da Justiça para corrigir excessos praticados pelo Ministério Público.
De acordo com o MP, Adriano e Marcos “consentiram que outrem utilizassem de bem de que tinham propriedade e posse, para o tráfico ilícito de drogas”. Ainda segundo o texto, “apesar de ter ganho dinheiro e fama internacional, o primeiro denunciado (Adriano) continuava a frequentar a Vila Cruzeiro, local onde se envolveu em diversos episódios escusos”. Os promotores também haviam pedido à Justiça que determinasse a entrega do passaporte de Adriano, por temer uma fuga.
Segundo o MP, Marcos esteve em uma concessionária portando documentos pessoais e um cartão de crédito do atacante, utilizando-os para comprar os veículos. Segundo a denúncia, os dois teriam fraudado ainda o documento de posse do veículo. Analfabeta, a mãe de Mica sequer teria conhecimento de que fora envolvida no esquema.