Apostar na bolha imobiliária é ver chifre em cabeça de cavalo
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emTenho ouvido recorrentemente nos últimos meses pessoas interessadas em comprar um imóvel, mudar de casa ou apartamento, mas dizendo que vão esperar a Copa do Mundo passar, ou mesmo aguardar o próximo ano.
Elas são influenciadas por alguns colunistas de economia e finanças que, sem conhecimento de causa, orientam que este não é um bom momento para se adquirir um imóvel. Repetem isso como um mantra e, supostamente, como verdade absoluta.
É fato que desde 2008 o mercado de imóveis usados, prontos para morar, sofreu acelerada valorização na cidade de São Paulo. Quem investiu lá atrás e vendeu agora praticamente dobrou seu capital.
O momento, agora é de acomodação e de equilíbrio. Mas erra feio quem aposta em uma profunda desvalorização dos imóveis, em bolha ou em quebradeira. No caso dos novos, seria imaginar que os preços dos terrenos, da mão de obra e dos materiais da construção civil irão despencar. Em relação aos usados, que há um contingente enorme de proprietários desesperados para vender e que, por isso, cortarão o preço pedido pela metade. Isso não existe, e sempre será exceção à regra.
A tendência é que os imóveis continuem se valorizando, embora de maneira mais lenta e gradual, especialmente em regiões com boa infraestrutura de comércio e serviços, bem localizadas em com acesso fácil ao transporte público, como estações de metrô.
Observamos neste ano um movimento curioso: o número de proprietários que disponibilizaram seus imóveis para venda na capital paulista cresceu 15% entre os meses de janeiro e abril, na comparação com o mesmo período do ano passado.
A oferta cresceu acima da demanda, e a lei do mercado (de qualquer mercado) aponta o óbvio: quem está interessado em comprar uma casa ou apartamento não deve deixar a oportunidade passar. O momento é mais favorável para quem compra.
Há um movimento grande de pessoas querendo vender seus imóveis. A variedade de opções é ampla e, por isso, a época é oportuna para quem deseja comprar e fazer um bom negócio, inclusive em relação ao preço, pois os proprietários andam mais flexíveis e, no geral, concedem descontos em relação ao valor inicialmente pedido.
Além disso, comprar para investir também é boa alternativa, porque o mercado de locação residencial está aquecido em São Paulo. Só no primeiro quadrimestre de 2014 o fechamento de novos contratos de locação na capital cresceu 11% na comparação com o mesmo período do ano passado.
Quem, portanto, adquirir um imóvel para investir, além do lucro com o recebimento do valor mensal do aluguel terá a perspectiva de valorização do patrimônio ao longo de 36 meses, prazo habitual de vigência dos contratos de locação.
Em alguns casos a rentabilidade do aluguel de imóveis residenciais chega a 0,5% do valor do imóvel. Assim, neste caso, tomando como base um apartamento de R$ 500 mil e aluguel em torno de R$ 2,5 mil, ao final de 36 meses o proprietário terá recebido R$ 90 mil em aluguéis e, ao vender a unidade, receberá certamente mais do que os R$ 500 mil inicialmente investidos.
Nas duas situações, seja adquirir imóvel para morar ou para investir, o vento do mercado imobiliário sopra a favor dos compradores.
Roseli Hernandes