O mês de julho último apresentou o maior número de apreensões de droga no estado do Rio de Janeiro desde 1991, quando a estatística começou a ser feita pelas autoridades policiais, a chamada série histórica. Foram efetuadas 2.543 apreensões, o que representa um aumento de 14,5% em relação ao mesmo período do ano passado, conforme os dados divulgados nesta quarta-feira (19) pelo Instituto de Segurança Pública (ISP).
Outro dado importante é que, apesar da sensação de insegurança em algumas regiões da capital, o roubo de rua – soma de roubo a transeunte, roubo em coletivo e roubo de aparelho celular – teve uma queda de 10%, de acordo com o ISP: foram 5.634 roubos a menos no acumulado de janeiro a julho de 2015 em comparação com o mesmo período do ano passado.
O professor do Departamento de Segurança Pública da Universidade Federal Fluminense (UFF), Lenin Pires, ao analisar esses números, considera que a grande quantidade de drogas apreendidas revela que o mercado dos entorpecentes continua muito acessível. Para ele, o combate deve ser dado na base do sistema, no recebimento dos carregamentos das substâncias ilícitas: “Eles estão apreendendo no varejo. Ainda está sendo possibilitada a distribuição no atacado. Deve-se combater mais na fronteira, mas falta integração entre as polícias Rodoviária, Civil e Federal”.
Nos primeiros sete meses deste ano, foram registrados 410 homicídios decorrentes de intervenção policial em todo o estado. O especialista em segurança pública e ex-capitão do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), Paulo Storani, diz que esse aumento no número de registros de autos de resistência deve-se a um maior enfrentamento entre os criminosos e a polícia. “Me causaria espanto se esse dado não aumentasse. Se nós analisarmos as operações realizadas nas comunidades, tem ocorrido mais enfrentamento por parte dos criminosos com a polícia”.
Segundo a estatística, a letalidade violenta – soma dos dados de homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e homicídio decorrente de intervenção policial – teve uma redução de 15,5%, comparando o mês de julho de 2015 com o mesmo período em 2014. O homicídio doloso apresentou uma queda de 17,8%, com 66 mortes a menos registradas.
Os números de prisões e apreensão de menores infratores tiveram aumentos relativamente altos. No mês de julho deste ano, foram 3.485 presos e 846 adolescentes apreendidos, enquanto no mesmo período de 2014 foram 2.645 presos e 658 menores apreendidos, o que representa um aumento de 31,8% e 28,6%, respectivamente.
Do total de armas de fogo apreendidas de janeiro a maio de 2015, a categoria de maior participação foi o revólver. Das 3.989 armas do período, 1.683 eram revólveres, o que representa 42% do total. No mesmo período, olhando apenas para as pistolas e revólveres, é possível observar que, juntas, são responsáveis por 81% de todas as apreensões do estado.