A cada 80 milhões de anos, conta-se um período da extinção em massa da vida na Terra. Três novas eras semelhantes estão por vir. E daqui a 250 milhões de anos, o homem não existirá mais sobre o planeta. A história se repete. Foi assim com os dinossauros; assim será com a humanidade.
Essa perspectiva, embora longínqua, já começa a ser analisada por um grupo de cientistas. A próxima e definitiva extinção, portanto, tem data marcada. Não será provocada, porém, por nenhum meteoro de grandes proporções, mas pelo próprio homem.
Uma equipe de cientistas liderada por Alexander Farnsworth, paleoclimático da Universidade de Bristol, chegou a essa conclusão depois de construir uma simulação virtual do futuro do planeta. Semelhante aos modelos que prevêem o aquecimento global, o estudo estendeu-se muito mais para o futuro, destacando uma perspectiva sombria.
Três fatores-chave foram identificados como influenciadores para a catástrofe iminente, mas não tão rápida assim: um sol mais brilhante, mudanças dramáticas na geografia continental e aumentos nos níveis de dióxido de carbono. Farnsworth descreveu isso como um “golpe triplo” que tornaria o clima inabitável para os mamíferos.
A crescente produção de energia do Sol, que ocorre a cada 110 milhões de anos, combinada com a formação de Pangea Ultima, criaria um mundo inóspito de continente único. As massas terrestres, aquecendo mais rapidamente do que os oceanos, formariam um interior vasto e escaldante, enquanto a topografia do supercontinente levaria a um abrandamento na remoção natural de dióxido de carbono da atmosfera.
Além disso, a atividade vulcânica na Pangea Ultima liberaria enormes quantidades de gases de efeito estufa, elevando ainda mais as temperaturas. Atualmente, as atividades humanas libertam mais de 40 bilhões de toneladas de carbono provenientes de combustíveis fósseis todos os anos, contribuindo para o aquecimento global contínuo.
As consequências destas tendências poderão implicar a extinção de numerosas espécies e tornar inabitáveis grandes partes do planeta.
Embora Farnsworth tenha sugerido que algumas espécies de mamíferos possam sobreviver nas margens da Pangea Ultima, é altamente provável que o domínio dos mamíferos na Terra, que persistiu nos últimos 65 milhões de anos, chegue ao fim. Os répteis de sangue frio poderiam potencialmente tomar o seu lugar como formas de vida dominantes neste futuro escaldante.
Embora o estudo tenha suscitado debate, com alguns especialistas sugerindo que fatores como o declínio do calor que escapa do interior da Terra podem alterar a linha do tempo, ele oferece informações valiosas para o futuro do nosso planeta.
Além disso, os especialistas dizem que pode servir de referência para cientistas que estudam outros planetas para determinar que formas de vida poderiam sobreviver em sistemas solares distantes.