Aquecimento global avança rápido e ameaça o futuro da humanidade
Publicado
emAs concentrações de gases que provocam o efeito estufa na atmosfera alcançaram o nível mais elevado dos últimos 800 mil anos, anunciaram especialistas em um relatório divulgado neste domingo (2) em Copenhague.
A temperatura média na superfície da Terra e dos oceanos aumentou 0,85ºC entre 1880 e 2012, um aquecimento de velocidade inédita, destacou o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) da ONU (Organização das Nações Unidas).
No Painel, os cientistas destacam que o mundo tem pouco tempo para conseguir manter o aumento global da temperatura abaixo do limite de 2ºC, meta da comunidade internacional.
As emissões mundiais de gases que provocam o efeito estufa devem parar de crescer em cinco anos e ser reduzidas a 70% até 2050. Elas precisariam desaparecer até 2100.
O relatório, o mais completo desde 2007, é o último documento do painel a ser publicado antes da 20ª cúpula do clima, que será realizada em dezembro em Lima, no Peru. No encontro são negociados acordos globais de redução de emissão de gases estufa.
Principais consequências do aquecimento:
• As ondas de calor serão mais frequentes e as ondas de frio menos frequentes na maior parte do planeta;
• Precipitações aumentarão no Pacífico equatorial, nas latitudes elevadas e nas regiões úmidas das latitudes médias, e diminuirão nas regiões subtropicais secas;
• A região do Ártico continuará com um aquecimento mais rápido que a média do planeta. A camada de gelo será menos extensa em todos os períodos do ano;
• O volume global das geleiras, com exceção da Antártica, deve cair entre 15 e 55% com o cenário menos intenso da emissões, e de 35 a 85% com a trajetória mais elevada;
• O aumento do nível do mar vai prosseguir a um ritmo mais acelerado que entre 1971 e 2010. Pode alcançar entre 26 cm e 82 cm, em função das emissões entre 1986-2005 e do fim do século XXI. A alta não será uniforme em todo o planeta. O oceano vai continuar com temperatura em alta e com o processo de acidificação;
• Os sistemas de corais serão mais vulneráveis. Ecossistemas marinhos estarão expostos a níveis de oxigênio menos elevados e a um meio mais ácido;
• Aumentará o risco de extinção de espécies, animais e vegetais, sem capacidade de adaptação;
• A segurança alimentar será afetada especialmente nas regiões que dependem da pesca. Haverá queda nos rendimentos dos cereais (trigo, arroz, milho) nas regiões temperadas e tropicais;
• Haverá redução dos recursos de água potável nas regiões subtropicais secas;
• Aumentarão os riscos de inundações, deslizamentos de terra, elevação dos oceanos e tempestades;
• Crescerá o número de deslocamentos da população;
• Aumentam os riscos de conflitos pelo acesso aos recursos.