Otávio Medeiros Jr, Edição
Quer conhecer um pouco dos países do Oriente Médio, onde se fala difícil e a escrita é mais complicada ainda? Basta dar uma passada na Câmara Legislativa, que está sediando, em parceria celebrada com a Liga dos Estados Árabes, a mostra “O mundo árabe: civilização e diversidade”.
A exposição foi aberta nesta sexta-feira (8), no Foyer da CLDF. “Esta é mais uma oportunidade de conhecermos a cultura árabe. Estão aqui quadros, livros, catálogos, filmes, músicas, objetos de arte e vestuário, entre outros itens de 16 países do Oriente Médio e Norte da África que nos dão uma noção da cultura e das tradições daquelas nações”, destacou a presidente da Câmara, deputada Celina Leão (PPS).
A exposição faz parte das comemorações do Dia da Comunidade Árabe no Brasil, ocorrida em 25 de março passado e poderá ser visitada até 6 de maio. Celina Leão, que é neta de sírios e libaneses, destacou a possibilidade de o DF estreitar laços com os países árabes. “É uma oportunidade de matarmos a curiosidade sobre essa cultura tão fascinante”, destacando ainda que jovens de escolas públicas que visitam a Casa terão oportunidade de conhecer a exposição.
Representando o Conselho Curador de Cultura da CLDF, Teófilo Silva, explicou que a história do mundo árabe começou no século VII quando o profeta Mohamed unificou as tribos sob o Islã. Os árabes se expandiram nos séculos seguintes (VIII e IX), tornando-se um grande império, tendo Badgá, como uma espécie de centro do mundo. “Pouca gente sabe da contribuição que os árabes deram à medicina, matemática lógica e filosofia”, acrescentou Teófilo.
A diretora do Departamento de Oriente Médio do Ministério das Relações Exteriores, embaixadora Lígia Maria Scherer, destacou que o Brasil abriga a maior comunidade fora do Mundo Árabe. “É uma cultura que está integrada na identidade nacional, o que nos enche de orgulho”.
Já o decano dos embaixadores árabes Ibrahin Alzeben (Palestina), agradeceu aos presentes e destacou o trabalho de toda a equipe envolvida na produção da mostra. Por sua vez, o presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Marcelo Nabih Sallum, ressaltou que, por onde passou, o povo árabe deixou marcas na arquitetura, filosofia, culinária, tecnologia, entre outras áreas do saber. Como exemplo, citou os algarismos decimais e técnicas de irrigação.
Acervo – A exposição apresenta fotos, vídeos, trajes típicos, objetos de arte, tapetes, mosaicos, vestidos de festa, gravuras, banners, pinturas, vasos e objetos de porcelana. As peças vêm de 16 países árabes: Kuwait, Argélia, Egito, Palestina, Iraque, Sudão, Marrocos, Mauritânia, Omã, Arábia Saudita, Catar, Líbano, Tunísia, Jordânia, Líbia e Emirados Árabes Unidos.
“Nosso objetivo é promover a cultura árabe, a diversidade cultural milenar, nossas contribuições para o Patrimônio Mundial da Humanidade, descobrir e estreitar os laços entre o povo brasileiro e árabe”, explicou Ibrahim Alzeben, que calcula que hoje haja 13 milhões de árabes e descendentes que vivem no Brasil.
“Os árabes começaram a chegar ao Brasil, o país do futuro, em busca de uma vida melhor no final do século 17, mas a maior parte veio no século 19, como os libaneses, os sírios, os palestinos, os marroquinos e iraquianos”, disse o embaixador Ibrahim.