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Árabes rompem com o Qatar, um celeiro de terroristas

Quatro nações do mundo árabe – Arábia Saudita, Egito e Emirados Árabes Unidos (EAU) e Bahrein – decidiram cortar todas as relações diplomáticas com o reino do Qatar. A decisão foi tomada durante a manhã desta segunda-feira (pelo horário local), após acusações feitas pelos governos de que a monarquia do Qatar estaria trabalhando para promover a instabilidade na região, além de financiar grupos terroristas.

As tensões entre os países árabes têm ganhado força nos últimos meses, com crescentes acusações por parte da Arábia Saudita de que o governo de Doha apoiaria a instabilidade na região, além de promover uma aproximação indesejada com o Irã, força antagonista aos sauditas na região. Na último dia 27, o emir do Qatar, Tamim bin Hamad Al Thani, parabenizou o presidente iraniano Hasan Rouhani pela sua reeleição – o que foi visto como uma afronta.

Com isso, a monarquia da Arábia Saudita cortou relações, segundo comunicado em sua TV estatal, graças “ao apoio [do Qatar a diversos grupos sectários e terroristas focados em desestabilizar a região”. O ministro de relações exteriores do Egito acusou o pequeno país no golfo pérsico, que será sede da Copa do Mundo de 2022, de promover uma “aproximação antagônica”, onde “todos os esforços feitos para parar o apoio do Qatar a grupos terroristas falharam”. O ministro das relações exteriores do Qatar respondeu que as medidas são “injustificadas e baseadas em alegações que não têm base nos fatos”.

Apesar de ainda não estar claro como essas medidas serão tomadas, a Arábia Saudita já anunciou que soldados do Qatar deverão ser imediatamente retirados das tropas que estão em batalha no Iêmen; além disso, todos os cidadãos do Qatar nessas quatro nações devem deixar os países em, no máximo, duas semanas (assim como visitantes desses países que estão no Qatar); e as missões diplomáticas nesses países devem ser fechadas em ambos os sentidos – as embaixadas do Qatar em Abu Dhabi (EAU) e em Manama (Bahrein) devem encerrar suas atividades até quarta-feira.

Os Estados Unidos (que mantém missões militares no Qatar) já afirmaram que a crise não influenciará as missões mantidas pelo país na região. “Não espero que isso tenha impacto significante, se é que terá impacto, na luta unificada luta contra o terrorismo, na região ou globalmente falando”, declarou o secretário de estado norte-americano, Rex Tillerson, durante visita a cidade de Sydney, na Austrália. Outros países árabes, como o Paquistão, já anunciaram não ter intenções de cortar relações diplomáticas com o país.

As quatro nações árabes também planejam cortar o acesso terrestre (feito apenas pela fronteira com a Arábia Saudita) e o tráfego marítimo e aéreo com o Qatar.

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