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Arábia Saudita entra na roda viva da violência e teme virar novo celeiro de atentados

Uma série de ataques suicidas atingiu nesta segunda-feira a Arábia Saudita, incluindo um atentado contra a mesquita da cidade santa de Medina, que matou quatro agentes de segurança, em uma incomum onda de violência no país.

Os atentados não foram reivindicados, mas a forma operacional se assemelha a utilizada pelo grupo Estado Islâmico (EI), responsável por vários ataques que atingiram o reino no último ano.

No início da tarde, um ataque suicida matou quatro agentes de segurança e feriu outros cinco nas proximidades da Mesquita do Profeta em Medina, informou o ministério do Interior.

“As forças de segurança suspeitaram de um homem que se aproximou da Al-Masjid al-Nabawi (Mesquita do Profeta) e entrou no estacionamento para os visitantes. Os agentes tentaram pará-lo e ele acionou um cinturão de explosivos, causando sua morte e a de quatro agentes de segurança”, além de ferir outros cinco oficiais.

A televisão exibiu imagens de chamas do estacionamento da Mesquita, um dos lugares mais sagrados do Islã.

Pela manhã, duas deflagrações, relatadas como ataques suicidas, já haviam atingido outras duas cidades da Arábia Saudita.

Em Qatif, uma cidade de maioria xiita no leste da Arábia Saudita, um homem se explodiu na frente de uma mesquita xiita. O atentado não deixou vítimas, informaram moradores locais à AFP.

Mais cedo, um suicida havia se detonado diante do consulado americano na cidade de Jidá, às margens do Mar Vermelho, anunciou o Ministério do Interior.

De acordo com o comunicado oficial do ministério do Interior, dois agentes de vigilância suspeitaram de um homem que estava em um automóvel no estacionamento do hospital Suleiman Faqeeh, diante do consulado dos Estados Unidos, que comemora sua independência neste 4 de julho.

Quando os agentes se aproximaram para investigar, “o homem detonou um cinturão de explosivos no estacionamento, ferindo levemente os dois agentes.

Segundo o general Mansur al Turki, porta-voz do ministério do Interior, “no local foram encontrados artefatos não detonados”.

Al-Turki identificou o terrorista suicida como o paquistanês de 30 anos Abdullah Qalzar Jan, que vivia há doze anos em Jidá e trabalhava como motorista.

O site do jornal Sabq publicou uma foto do suicida caído próximo ao consulado dos Estados Unidos, citando um “ataque fracassado”.

Em Washington, um porta-voz do departamento de Estado declarou que “estamos a par da informação sobre a explosão em Jidá, e trabalhamos com as autoridades sauditas para obter mais informação”.

Desde o final de 2014, as forças de segurança sauditas e a minoria xiita do país têm sido alvo de atentados reivindicados pelo Estado Islâmico.

Em março de 2015, a embaixada dos Estados Unidos permaneceu fechada por vários dias, do mesmo modo que os consulados americanos de Jidá e Dhahran, por motivos de segurança não especificados.

O líder do EI, Abu Bakr al Bagdadi, tem conclamado seus combatentes a atacar a Arábia Saudita, que participa da coalizão liderada pelos Estados Unidos contra a organização jihadistas na Síria e no Iraque.

O Irã, grande rival regional da Arábia Saudita, condenou os atentados.

“Não há mais linhas vermelhas para os terroristas. Os sunitas e os xiitas serão as vítimas, exceto em caso de união”, escreveu no Twitter o ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif.

O Irã “condena com firmeza o terrorismo em todas as suas formas e em todo o mundo”, declarou Bahram Ghasemi, porta-voz do ministério iraniano das Relações Exteriores

“O terrorismo não tem fronteiras e não há outra solução que a coesão e a unidade internacional e regional contra este fenômeno”, completou.

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