Altos e baixos
Argentina vive ebulição com novas eleições primárias
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emOs argentinos entrarão hoje no nono mês do ano muito tocados pelas eleições primárias que marcam a etapa junto com o avanço da taxa de vacinação anti-Covid-19. O leque político por semanas tem estado na ordem do dia e caminhando junto, como em quase todas as eleições, à apatia de alguns, à indiferença de outros e com um discurso agressivo de representantes de algumas coalizões.
A verdade é que a Primária, Aberta, Simultânea e Obrigatória (PASO) de 12 de setembro, dará o que falar ao longo deste mês e mostrará uma radiografia das principais forças políticas que enfrentam as gerais de novembro, onde se definirão 24 cargos no Senado e 127 na Câmara dos Deputados.
Sem dúvida, o mês de setembro que está apenas começando será muito ativo. Resta pouco para as primárias e os pré-candidatos que representam suas alianças saem para convencer a população todos os dias nas ruas, antes que a proibição eleitoral comece a governar em nove dias.
É assim que se veem há semanas vários rostos da Frente de Todos, a aliança que levou ao poder o presidente Alberto Fernández, que nas 23 jurisdições e na capital mexem as fichas com rostos muito jovens e outros com mais experiência.
É o caso de Leandro Santoro, ex-presidente da Juventude Radical e líder do espaço político Los irrompibles (os inquebráveis, em espanhol), que busca sua candidatura na capital. O cientista político e professor universitário tem estado nas ruas ouvindo a população e apresentando sua proposta.
‘Estou na política desde os 13 anos, sou o que vê, faço parte de uma classe média frágil e caí muitas vezes, como todos. Acredito na sensibilidade e na confiança’, é assim que este candidato se apresenta apontando que ‘hoje os tempos são difíceis, mas também sei que estamos começando a sair’, afirma.
Na mesma linha estão a ex-vereadora Victoria Tolosa e o ex-ministro da Saúde da província de Buenos Aires Daniel Gollán, que percorrem por essa localidade em busca de levar suas mensagens aos eleitores.
Ontem, o presidente Alberto Fernández foi muito claro ao apontar que nestas eleições existem dois modelos políticos concorrentes e mandou uma mensagem forte aos candidatos da Frente de Todos: gerar uma explosão de confiança nos argentinos ao apontar que é possível construir o país dos sonhos.
‘Há uma Argentina que representamos, que acredita no Estado presente, na democracia e nas instituições, e há outra que não acredita na justiça social e fala da República, mas criou uma mesa judicial para perseguir os adversários’, disse o governante se referindo à aliança Cambiemos (Mudemos), hoje, Juntos por el Cambio(Juntos pela mudança), que trouxe Mauricio Macri ao poder em 2015.
Do outro lado, na luta por uma vaga no Congresso estão figuras conhecidas, entre elas María Eugenia Vidal, que até 2019 foi governadora da província de Buenos Aires e uma das parentes de Macri, que agora representa a capital pelo Juntos por el Cambio.
‘Vamos promover projetos que acompanhem os jovens neste caminho: reconversão de planos em trabalho, incentivos à contratação de empresas e monotributos (impostos) gratuitos por um ano para trabalhadores avulsos’, promete a ex-governadora, que em 2019 perdeu a reeleição por diferença de 14 pontos.
Por outro lado, uma das propostas do Juntos por el Cambio na província de Buenos Aires é a do atual vice-chefe do governo de Buenos Aires, Diego Santilli.
Mas outras propostas políticas também marcam a campanha, como a da Frente de Izquierda (Frente de esquerda), com o ex-candidato à presidência Nicolás del Caño ou a deputada Myriam Bregman. Entre as propostas nessas eleições, defendem a redução da jornada de trabalho para seis horas e um salário que cubra a cesta básica.
A economia e a Covid-19 andam de mãos dadas nestas eleições, onde tudo se viu, incluindo a agressividade de alguns candidatos nos discursos de campanha. Mas ainda há muito o que ver no longo caminho até as eleições gerais de 14 de novembro, quando o Congresso Nacional será finalmente definido.