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Argentina volta a brigar com Inglaterra pelas Ilhas Malvinas

A Argentina pediu ao Reino Unido para transferir a questão da soberania das Ilhas Malvinas, para a agenda das Nações Unidas, informou o Ministério das Relações Exteriores do país.

“[O ministro das Relações Exteriores da Argentina, Santiago] Cafiero, informou [ao secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, James] que o governo argentino está encerrando a declaração conjunta de 13 de setembro de 2016, conhecida como pacto Foradori-Duncan”, disse o Ministério das Relações Exteriores em um comunicado.

“Além disso, o alto diplomata argentino propôs retomar as negociações sobre a soberania das Ilhas Malvinas e se ofereceu para realizar uma reunião para traçar a agenda de negociações na ONU.”

Segundo o ministério, o pacto Foradori-Duncan é incompatível com a resolução da Assembleia Geral da ONU, que recomenda que ambas as partes se abstenham de tomar decisões que impliquem mudanças unilaterais na disputa pela soberania das ilhas.

O secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, James Cleverly, respondeu ao pedido da Argentina em relação às Ilhas Malvinas, dizendo que estas são um território autônomo do Reino Unido.

“As Ilhas Malvinas são britânicas”, twittou o secretário, acrescentando que “os ilhéus têm o direito de decidir seu próprio futuro – eles escolheram permanecer um território ultramarino autônomo do Reino Unido”.

Há uma longa disputa entre a Argentina e o Reino Unido sobre a soberania sobre as Ilhas Malvinas. Em 1982, estourou uma guerra entre os países, que durou várias semanas e terminou com a derrota do país latino-americano.

O pacto Foradori-Duncan foi concluído em 2016 após as negociações entre o vice-ministro das Relações Exteriores da Argentina, Carlos Foradori, e seu homólogo britânico, Alan Duncan. A declaração conjunta falava da possibilidade de voos diretos entre as Ilhas Malvinas e terceiros países com escala para a Argentina.

O documento, que não passou pelo Congresso argentino, também indicava que os governos da época do presidente Mauricio Macri e da primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, planejavam fortalecer o crescimento econômico e o desenvolvimento das Malvinas, incluindo comércio, pesca, navegação, e produção de hidrocarbonetos.

Em 2019, foi aberto um processo contra Macri por entregar o espaço aéreo das Ilhas Malvinas ao governo do Reino Unido. Em um livro de memórias lançado no ano passado, Duncan disse que Foradori estava bêbado enquanto negociava o pacto.

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