Uma equipe internacional de arqueólogos descobriu um tesouro de artefatos antigos em Omã, o principal deles sinais que apontam para o chamado ‘Stonehenge árabe’.
Outras descobertas feitas pela equipe de escavadores incluem machados de mão e câmaras mortuárias circulares. As descobertas foram feitas durante a terceira temporada de escavações da equipe em Omã, onde mais expedições já estão planejadas.
Os machados são particularmente significativos, pois datam de 300.000 a 1,3 milhão de anos atrás, tornando-os algumas das ferramentas mais antigas já encontradas na região. Especula-se que eles provavelmente foram usados pelos primeiros humanos que migraram da África para a Ásia, fornecendo informações valiosas sobre a evolução da espécie humana.
As câmaras mortuárias circulares também se mostraram fascinantes, com alguns itens contendo vários esqueletos dispostos em um padrão específico. As autoridades observaram que o arranjo sugere que um complexo ritual de enterro foi praticado durante esse período e que as pessoas que viviam nessa área tinham uma compreensão sofisticada da morte e da vida após a morte.
“As interações detectadas das culturas arqueológicas africana e árabe caracterizam a mobilidade das populações de humanos anatomicamente modernos. Será interessante confrontar esses achados também com a diversidade genética das duas regiões e criar uma visão mais abrangente da formação da sociedade contemporânea em Arábia do Sul”, explicou o antropólogo evolucionista Viktor Černý.
Além dessas descobertas, os arqueólogos tchecos também encontraram uma coleção de gravuras rupestres que retratam animais, humanos e símbolos abstratos. Essas gravuras permitem vislumbrar as práticas artísticas e culturais das pessoas que viveram nesta área há milhares de anos.
Talvez a descoberta mais intrigante, no entanto, seja o que está sendo chamado de ‘Stonehenge árabe’, que consiste em uma série de trilitos dispostos em um padrão circular.
Triliths têm duas pedras verticais com uma terceira pedra colocada no topo e têm cerca de 2.000 anos; no entanto, seu propósito ainda não está claro. Alguns especialistas acreditam que podem ter sido usados para observações astronômicas ou como parte de um ritual religioso.
“O que encontramos aqui é único no contexto de todo o sul da Arábia. Uma estrutura megalítica que esconde duas câmaras mortuárias circulares revelou os restos mortais de pelo menos várias dezenas de indivíduos. Análises isotópicas de ossos, dentes e conchas nos ajudarão a aprender mais sobre a dieta, o ambiente natural e as migrações da população enterrada”, explicou Alžběta Danielisová, do Instituto de Arqueologia do CAS em Praga, em um comunicado.
No geral, espera-se que as descobertas contribuam significativamente para a compreensão da história mais antiga do deserto da Arábia.
“Nossas descobertas, apoiadas por quatro métodos de datação diferentes, fornecerão dados valiosos para reconstruir o clima e a história do maior deserto de areia do mundo. As condições naturais também moldaram os assentamentos pré-históricos, e o que estamos tentando fazer é estudar a adaptabilidade humana às mudanças climáticas”, disse o líder da expedição e coordenador Roman Garba do Instituto de Arqueologia do CAS em Praga.