O Arquivo Público do Distrito Federal recebeu, nesta quarta-feira (25), documentos oficiais do ex-prefeito de Brasília Paulo de Tarso Santos. Em cerimônia realizada no Palácio do Buriti, também foi comemorado o aniversário de 30 anos do órgão, criado em 1985 por meio do Decreto nº 8.530.
O material doado inclui notícias de jornais, pronunciamentos, redações, cartas e fotografias, tudo relacionado à história política do ex-prefeito e advogado de 89 anos. Estava guardado em caixas na Vila Madalena, em São Paulo, aos cuidados de dois dos cinco filhos do político, Vasco da Cunha Santos e Paulo de Tarso da Cunha Santos.
“Entendemos que pra nós, familiares, a lembrança com ele é a parte familiar, mas a documentação que está aqui é pública. Meu pai teve muito amor por Brasília, então esse material não poderia estar em outro lugar”, disse o também advogado Vasco da Cunha. Paulo de Tarso Santos governou Brasília de fevereiro a agosto de 1961 e, atualmente, mora na capital paulista com a esposa, Maria Nilse da Cunha Santos.
Durante a solenidade, o governador Rodrigo Rollemberg disse estar emocionado. “Nós só vamos resgatar o espírito de Brasília se conseguirmos resgatar a memória da cidade e daqueles que contribuíram para construí-la”, disse.
Preservar essa memória sempre foi o papel do Arquivo Público, que, em 30 anos de existência, conservou documentos que retratam a história da capital desde sua construção. Durante a cerimônia desta quarta-feira, a superintendente do órgão, Marta Célia Bezerra Vale, lembrou que, desde novembro de 2014, o acervo encontra-se em uma nova sede. “É um novo momento de sua história, com um espaço maior, que possibilita o recolhimento de milhares de documentos depositados em diversos órgãos do governo. Eles apenas aguardam tratamento técnico para serem disponibilizados ao público”, afirmou.
Estiveram presentes na cerimônia a mãe do governador, Teresa Rollemberg; o chefe da Casa Civil, Hélio Doyle; a superintendente do Arquivo Público, Marta Célia Bezerra Vale; o primeiro superintendente do órgão, Walter Albuquerque Mello; os secretários de Gestão Administrativa e Desburocratização, Antonio Paulo Vogel; de Cultura, Guilherme Reis; de Mobilidade, Carlos Tomé; e do Esporte e Lazer, Leila Barros.
Nomeado pelo presidente da República, o primeiro prefeito de Brasília foi Israel Pinheiro, que exerceu o cargo de abril de 1960 a janeiro de 1961. Na ditadura militar, a Emenda Constitucional nº 1, de outubro de 1969, alterou a nomenclatura para governador. Ainda assim, o gestor era indicado pelo chefe do Executivo. Apenas em 1990, após a Constituição Federal de 1988, a capital passou a escolher seu próprio governante.
Dayane Oliveira, Agência Brasília