Corrupção
Arquivo X da Lava Jato leva Mantega para a prisão
Publicado
emMarta Nobre, Edição
A Arquivo X – nova fase da Operação Lava Jato deflagrada nesta quinta, 22, levou para a prisão o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega. Ele foi um dos alvos dos mandados de prisão temporária expedidos pela Justiça Federal no Paraná. Mantega foi ministro de Lula e Dilma.
Ao todo são cumpridos 49 mandados no Distrito Federal e nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Bahia.
Segundo as investigações, em 2012, Mantega atuou junto ao comando de uma empresa contratada pela Petrobras para negociar repasse de propina para o pagamento de dívida de campanha de partidos aliados do governo.
Ao todos são cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, 8 de prisão temporária e oito de condução coercitiva (quando a pessoa é obrigada a ir prestar esclarecimentos).
Propinas – O ex-ministro será levado ainda nesta quinta para Curitiba, sede das apurações da Lava Jato. Mantega recebeu voz de prisão logo cedo no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde acompanhava uma cirurgia da mulher, que luta contra um câncer.
Ele é suspeito de cobrar propinas no esquema de corrupção da Petrobras. O negócio investigado é o contrato para duas plataformas de exploração de petróleo P-67 e P-70, para as camadas do pré-sal, de consórcio formado pelas empresas Mendes Junior e OSX.
A OSX, que tinha o empresário Eike Batista como presidente do Conselho de Administração, foi alvo da ação. O nome da operação, “Arquivo X”, é uma referência ao grupo do Eike, cujas empresas traziam o X nas logomarcas. Não há mandados contra o empresário
Em depoimento ao MPF, Eike declarou que, em 1º de novembro de 2012, recebeu pedido do então ministro Guido Mantega para que fizesse um pagamento de R$ 5 milhões ao PT. Para operacionalizar o repasse da quantia, o executivo da OSX foi procurado e firmou contrato ideologicamente falso com empresa ligada a publicitários já denunciados na Operação Lava Jato por disponibilizarem seus serviços para a lavagem de dinheiro oriundo de crimes.
Após uma primeira tentativa frustrada de repasse em dezembro de 2012, em 19 de abril de 2013 foi realizada transferência de US$ 2.350.000,00, no exterior, entre contas de Eike Batista e dos publicitários.