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Avesso de Bolsonaro

Arruda manda, Ibaneis obedece e Baiano enche conta com 42 mi

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José Seabra

O governador de Brasília Ibaneis Rocha (MDB) esteve reunido em mais de uma oportunidade, entre o final de fevereiro e o início de março últimos, com o ex-governador José Roberto Arruda (PR). Os encontros foram promovidos por Welinton Baiano Moraes, secretário de Publicidade do Governo do Distrito Federal.

O assunto tratado nas reuniões versava sobre dinheiro. Arruda e Baiano passaram uma temporada atrás das grades por suposto envolvimento na Caixa de Pandora, maior escândalo de corrupção da história da capital da República, que acabou tirando Arruda do Palácio do Buriti. Mas isso não entrou na pauta.

Desde que traiu Alberto Fraga (DEM) e se aliou a Ibaneis na campanha do ano passado, Baiano sempre deixou claro que precisaria de dinheiro para promover a imagem do novo governador.

Quando assumiu a Secretaria de Publicidade, paralelamente à posse de Ibaneis, Baiano disse ao novo chefe que o dinheiro em caixa (cerca de 50 milhões de reais) não dava ‘nem para o cheiro’. E apresentou a fatura.

Eleito com o compromisso de cortar gastos e enxugar a máquina pública, Ibaneis não deu ouvidos a Baiano. E negou um orçamento maior.

Insatisfeito, Baiano bateu na porta do ex-chefe Arruda. Apelou para que o ex-governador convencesse Ibaneis a abrir os cofres. Veio o primeiro encontro. Ibaneis se mostrou irredutível. Mas, na segunda reunião, sorriu. E na terceira, cedeu.

Convencido por Arruda, o governador Ibaneis Rocha mandou abrir um crédito suplementar de exatos quarenta e dois milhões, cento e trinta e um mil, quatrocentos e trinta e três reais na rubrica de publicidade. E olha que o governo está apenas começando.

Acabado o Reinado de Momo, começou o Carnaval de gastos do dinheiro do contribuinte com publicidade, respeitado o desenho traçado por Baiano.

A partir daí, Baiano deu início à folia da gastança. A prioridade do secretário de Publicidade do Governo do Distrito Federal é direcionar recursos para mídia exterior. Profissionais de publicidade sabem o que isso significa. Até porque, muitos foram alunos de Welinton Baiano Moraes.

Ao obedecer a Arruda para atender aos caprichos de Baiano, o governador Ibaneis Rocha se mostra fragilizado. E dá um péssimo exemplo ao eleitor.

Na esfera federal, isso é de conhecimento geral, Jair Bolsonaro prometeu e honrou a palavra, quando disse que dinheiro público é sagrado e só deve ser investido em coisa séria. O governador é o avesso do presidente.

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